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domingo, 10 de fevereiro de 2013

Sobre jogar as redes no fundo do mar.

Navegar em mares nunca dantes navegados me dá medo. Não tenho pavor do mar, pelo contrário, amo-o, mas intriga-me essa coisa de ir até o local mais profundo, jogar a minha rede e esperar que dê algum resultado. Estou acomodada. Se contemplar a vida na parte rasa da praia já me parece suficientemente lindo, porque então correr perigo e me atirar em alto mar? E se eu naufragar? E se aparecerem tubarões?
E se.. E se.. E se..
Minha vida é tomada de dúvidas do que poderia ter sido. Não mais me arrisco com a mesma frequência de antes e a cautela passou a integrar o meu vocabulário. Não me arrisco porque tenho medo. Esse conselho de "a gente nunca sabe até tentar" não funciona comigo. Quero provas concretas que possam ser usadas em minha defesa caso eu falhar.
Ao contrário disso, a vida real não funciona assim. Raramente temos provas e se temos, são as nossas próprias conclusões (precipitadas). Dizem que o alto-mar é belo e o que temos que fazer é acreditar na experiência das pessoas que já foram até ele e voltaram. Porém nada nos garante que quando chegar a nossa vez de pegar o barco e remar não encontraremos obstáculos no caminho.
Cada viagem é única e cada pessoa segue sua bússola interior. Um passo em falso, um vento contrário e acredite, vou me perguntar porque diabos fui entrar nessa. Me desespero e coloco mil pensamentos negativos na minha cabeça antes mesmo de tirar a rede de dentro d'água e ver se o plano deu certo.
O que é raso me dá a sensação que não vou estar em perigo e que se vier um tsunami, vou ter tempo de correr. Mas é apenas sensação. Nem sempre é verdade. Aliás, dificilmente é. Ninguém está a salvo de nada nesta vida e o que tiver que acontecer vai acontecer mesmo se a gente correr bastante disso. Uma hora a onda nos atinge e carrega tudo que estiver atrapalhando-a de nos atingir; então o estrago é maior.
O ideal é que não tenhamos medo de molhar nossas roupas e partamos para uma viagem que possa ser mais construtiva do que só analisar tudo de longe. Dizem que o alto-mar é lindo e que a beleza não pode ser explicada com o mesmo detalhamento de quem tem a chance contemplá-lo. Vai que de repente, quando você estiver lá, você acorde pra vida e veja que mesmo se vier todos os tubarões do mundo inteiro, é melhor ser atacado e ter tudo do que se salvar e se sentir vazio por dentro. Não deixe a vida escorrer de suas mãos. Na maioria das vezes o que acontece nessas ocasiões é que a nossa rede se enche com peixes de todas as cores e tamanhos e o nosso sorriso mal cabe na nossa boca tamanha é a nossa felicidade.
Nada disso teria acontecido se a gente não tivesse perdido o orgulho e tivesse ido adiante. Vontade de ir ao alto-mar e de lá não sair não me faltam. O medo, por outro lado, não me abandona e às vezes me prende ao raso da praia. Tenho procurado meios de combater meus medos, olhar no espelho e ver que mudar o rumo da minha história depende de mim. Torço para que o medo nunca fale mais alto do que a vontade de vencer porque enquanto eu tiver força e coragem, remarei em busca de novas águas.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Esse dispensa comentários.