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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Poema de fim de ano.

RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade

Retrospectiva 2013

Um ano, de muitas formas, marcantes. Este foi o ano da decisão, de escolher quem e o que eu seria pelo resto da minha vida. Foi um ano difícil justamente pelo fardo desta decisão que engloba vários aspectos, mas ainda assim, um ano certamente inesquecível!

2013 chegou badalado. As férias de verão foram uma das melhooores da minha vida, com certeza! Se não teve praia, viagem que costumo fazer todo verão, teve muita balada aqui pelos lados do Rio Pardo! O verão me permitiu curtir todas as festas que o resto do ano dos vestibulares não me deixou curtir. E tive companhias incríveis, que cantaram e dançaram comigo todas as músicas do começo ao fim!
Mas quando o verão acabou, o choque de realidade. Comecei meu terceiro ano do Ensino Médio com uma das melhores notícias que já recebi na vida: aprovada na UNESP como treineira, em Serviço Social em 5º lugar! Ah, a Unesp... o #projetounesp ficou sério neste dia, pois foi com grande alegria que recebi esta aprovação, desde treineira eu já queria muito a Unesp e só Deus sabe o quanto continuo querendo! Apesar de começar o terceirão aprovada em serviço social na unesp e direito na puc e na unaerp, eu já sabia que teria que ralar muito para conquistar meu objetivo: uma vaguinha em alguma faculdade em 2014 (que de preferência seja a UNESP!).
O que era apenas um anúncio de ano marcado por muitos estudos se concretizou ao longo de 2013. A rotina era cruel: aula das 7 às 13 e duas ou três vezes por semana aula à tarde, às 14 horas, o que não me permitia voltar para casa e almoçar. Porém, aprendi a almoçar na escola junto com os meus amigos e por mais que não tenhamos tido almoços muito saudáveis, nos divertimos muito todas as vezes! Além disso, quando não era aula à tarde, era prova, o que era consideravelmente muito pior. Tinha dias que eu passava mais tempo na escola do que em casa. Quando não estava na escola, estava no meu quartinho dos fundos estudando, completamente alheia ao mundo. Estudei sem parar para quase nada, das 7 às 23 horas, cansada ou não, semi dormindo ou não. Disciplina e determinação foram as palavras de ordem!
O café foi eleito meu melhor amigo em 2013! Esteve comigo todos os dias da minha vida, em doses amargas que era para eu despertar e manter-me focada nos meus estudos. Minha cafeína não me deixou desanimar, só o cheiro do café do lado da minha mesinha de estudos já me dava forças extras! Descobri um grande amor que, como todo 'amor', no começo é uma fofura e a gente tem uma ânsia enorme de querer doses grandes com medo de acabar até termos uma dor de estômago tremenda e revermos nossa postura. Minha crise de gastrite mais forte, pasmem, foi na vigília da JMJ, em que, menos de 5 meses de amores profundos, percebi que já era hora de diminuir o ritmo. Hoje eu e o café fizemos as pazes: duas xícaras por dia, no máximo, e não mais uma garrafa a cada 24 horas.
2013 também teve um quê a mais de angústia: a despedida. Se antes dizer "tchau, foi embora" a esta minúscula cidade com todos os problemas me parecia uma ideia perfeita, hoje já pondero mais este ponto de vista. Vivi muito aqui, cultivei grandes amizades, minha comunidade do caminho está aqui e sobretudo, minha família. Em algum momento deste ano, não me recordo exatamente qual, desenvolvi um amor exacerbado pela minha família, o qual nunca antes havia sentido. Minha mãe se tornou minha melhor amiga: verdadeira e realista, me deu as melhores dicas de vida que espero não esquecê-las nunca. Meu pai se tornou meu herói, sem nenhuma briga desta vez, foi o cara que conseguiu ir e voltar de uma cidade à outra em uma hora, para pegar o RG do Carlinhos e ele chegar a tempo de fazer a prova. Meus irmãos, meus queridos amores, irritantes, porém, meus queridos. Minha avó, a pessoa que mais rezou por mim neste ano; não teria sido capaz de enfrentar esta maratona de vestibulares se não fossem as fortes orações da dona Noemia, minha rainha! O dia da minha mudança sabe-se lá para onde se aproxima e por mais que eu queira demais a minha independência, vou sentir tanta falta deste amor que tive em casa neste ano! Sinto tanto por não ter curtido mais a família, por ter passado boa parte da minha adolescência reclamando e brigando com tudo.. sinto por não ter estado mais aqui dentro. Estudei muito, mas o eu verdadeiramente aprendi foi amar a família que Deus me deu, foi os valores que meus pais se empenharam tanto a me ensinar! Hoje eu sei o quanto tudo foi bom e tudo que eles fizeram foi para o meu bem, sou eternamente grata por tudo que recebi aqui dentro este ano: amor, carinho, respeito, conselhos, apoio e todos torcendo pelo meu sucesso, se não fosse a força que vocês me deram este ano, eu não teria aguentado! Amo demais vocês e vão fazer uma falta enorme na minha nova cidade!
Choros à parte, este também foi o ano da despedida do Ensino Médio! Três anos sofridos, de fortes inimizades, desavenças e intrigas. O terceirão não foi diferente: brigas, intrigas, acusações, troca de farpas o tempo todo. Acho que cada um a sua maneira sofria por um motivo, uns pelos vestibulares, outros de amor e outros de fofocas, mas cada um teve seu motivo para fazer o que fez! Acredito que tudo na vida é importante e nos ensina algo, logo, o Ensino Médio foi importante na minha vida porque me ensinou a conviver com as diferenças, de ouvir e acatar a opinião alheia mesmo que eu não concordasse com tudo o tempo todo.. e isto foi importante porque eu sei que na minha vida de advogada vou ouvir muito não, vou perder algumas causas e sempre haverá alguma área que eu não dominarei. Quando isso acontecer, vou me lembrar dos dias de DGG COC, de ouvir e ficar calada, de respeitar o outro, de aprender que "querer é fazer" e de, sobretudo, mostrar a mim mesma que sou capaz de vençer independentemente da dificuldade. Na sala de aula não fomos amigos, nos detemos a reunirmo-nos em grupos que tivessem as mesmas características pessoais e objetivos comuns. Cada um encontrou o que queria e tenho certeza que foi feliz. Sentiremos saudades! Sentiresmo da nossa turma meio diferente, da convivência, dos professores e das nossas panelinhas. Mas é, a gente se encontra numa mesa de bar, num evento da faculdade e veremos o quanto tudo valeu à pena na vida de cada um. Espero que todo o terceirão coc 2013 seja feliz, que cada um siga seu caminho e tire lições para levar para a vida muito além das nossas 300 mil matérias!
E como falar do terceirão sem falar no #paponerd? O #paponerd com certeza foi a melhor parte de todo o Ensino Médio! Como o nome do nosso grupo já diz, o nosso objetivo é "discutir as mais variada formas de conhecimento" em qualquer lugar, o tempo todo! Somos 8, felizes, nerds com muito orgulho, estranhos, diferentes e os carinhosos apelidos que você quiser nos dar. O lema do #paponerd é não se importar com o quanto digam que somos estranhos, e sim, aprender em qualquer situação. Aprendemos muito.. primeiro, a nos respeitar; segundo, sobre infinitas matérias e informações vestibulandísticas trocadas; terceiro, a rir da nossa própria desgraça; quarto, a dar um jeito de resolver os nossos próprios problemas, sejam eles de matemática ou pessoais; quinto, e não menos importante, a amar verdadeiramente e extrair o máximo de conhecimento possível dos nossos professores e não deixar nossas dúvidas passarem. Vai ser estranho, tenho certeza que a todos independente de onde estejam no próximo ano, entrar numa sala de aula e não encontrar o #paponerd todo reunido me esperando chegar, encontrar todos rindo, virar para o lado a cada mísera duvidazinha e não encontrar vocês no pátio para comer coxinhas no almoço! Já disse muitas vezes e direi-o novamente: amo o #paponerd, sinto orgulho de ser #paponerd, nunca vou me esquecer do #paponerd, vou morrer de saudade do #paponerd na faculdade, vou morrer de saudade de almoçar com o #paponerd, vou morrer de saudade de compartilhar conhecimentos com o #paponerd! Vocês sao incríveis, amigos sinceros, fofos na medida certa e muito especiais no meu coração. Espero que nunca percamos a amizade que o #paponerd e os dias difíceis de vestibulares uniram!
Não poderia deixar de ressaltar o quanto me apeguei nos amigos catecúmenos! Seja com as "gatas da comu", seja com toda a comunidade 5 que tanto amo ou com aqueles que estão longes(especialmente a Lê, de Brasília, que sempre lê o meu blog, que é uma fofa, que troca experiências de peregrinações comigo e que eu agradeço muito a Deus por ter conhecido!). É difícil para mim, também, pensar que não estarei perto dos irmãos todos os dias no próximo ano (se tudo der certo e eu finalmente for para a faculdade!). Quero muito estar em uma cidade onde tenha o Caminho, quero muito poder continuar ouvindo a palavra de Deus toda semana e espero encontrar pessoas legais e dispostas a serem meus irmãos nesta nova comunidade mas há pessoas que Deus coloca na vida da gente que simplesmente são para todo sempre! São pessoas que ficarão do teu lado independentemente do que você resolva fazer, gente que vai sempre ouvir o que você tem a dizer, que vai te dizer o que fazer quanto você estiver perdido, que vai te levar pra casa toda vez mesmo sem você pedir ou querer, gente que vai torcer pelo seu sucesso, que vai te levar para missa e depois para a balada! Gente que quando tem que ser séria sabe bem como ser, mas, que se puder, vai dar um jeito de fazer piada com tudo só para você relaxar. Eu agradeço tanto por ter pessoas assim na comu, por ter anjos que fizeram tanto por mim neste ano, que me aguentaram nas crises, ouviram toda a minha ladainha (mais longa do que aquela que canta na Páscoa!), que estiveram comigo em todo tempo, que não me deixar perder a fé e a esperança. Isso sem contar na JMJ, o quanto foram pessoas enviadas por Deus para cuidarem de mim! Sou eternamente grata por tudo que a comunidade 5 - a melhor das melhores- fez por mim neste ano! Obrigada por cada oração, cada carona, cada sorriso amigo, cada "rolê dus campeao" pra descontrair a moçada, cada conversa séria que tivemos, cada brincadeira e por cada momento que estivemos juntos! "A comunidade 5, cheia de amor e zinco" foi uma das melhores partes do meu atribulado ano, a parte que fez as coisas, sempre, ficarem melhores de alguma forma! Amo cada tripulante desta nave!
Sei que já falei muito da JMJ mas queria enfatizar mais uma vez que foi a parte mais marcante do ano! O mais aguardado, o mais sofrido e o melhor evento de toda a minha vida até agora! Como eu disse, amo ser parte da "juventude do Papa" e a JMJ foi, simplesmente, inesquecível. Obrigada por tudo, JMJ!!
Quanto aos amores, como sempre, decepcionantes. Eu espero demais que os caras me façam felizes, que me deem flores enquanto declamam poemas do Vinicíus de Moraes e que sejam tudo o que eu sonhei para mim.. mas aprendi que a vida não é assim não, que é quando tem que ser, quando for a hora certa. Aprendi, neste ano, em alguma das minhas aulas de literatura, que amor de verdade não é idealização, não é como no romantismo.. amor é um esforço de duas pessoas comprometidas em amarem o outro independente da situação. É complicado, mas existe em algum lugar. Espero achá-lo algum dia em algum lugar!
Falando em amores, não posso esquecer de mencionar que este ano foi o ano das paixões platônicas pelos meus professores. Talvez fosse apenas o medo da despedida, mas me apeguei muito à todos! Estarão sempre no meu coração! Há um que batizei-o como o melhor dentre os melhores, o meu sumo amor, a pessoa que deu razão à cada coisinha que há na vida. Que me desculpem os outros, sentirei muita saudade de todos, mas este é "o" cara, o meu cara, a pessoa que me apresentou à literatura e me fez amá-la, o cara que eu gostaria de levar comigo para a faculdade se eu pudesse!Vou morrer de saudade de ouvir o Marcinho declamar poemas, contar histórias, dar as broncas marcísticas e me fazer suspirar mais a cada aula. Obrigada por ser o meu cara em 2013, Márcio!

Em 2013 houve dias bons, dias ruins, dias que eu não me continha de felicidade e dias que eu tive vontade de jogar tudo para o ar. Houve provas difíceis, dias longos e vestibulares sofridos. Houve amor, amizade, briga, intriga, inimizade. Houve começo, houve fim. Houve saudade, muita saudade, reencontro, mais saudade e sobretudo muita espera. Espera de dias melhores. Espera de um novo encontro e de uma nova chance. Espera de ver as coisas finalmente se acertando. Espera pelo vestibular, pelo resultado, pela festinha no domingo, pela viagem.
O que é a vida senão um eterno começar e terminar? O que seria dos grandes momentos se não tivesse existido muita espera e empenho para fazer acontecer?
A vida é um ciclo em que as coisas inevitavelmente começam e terminam. Um novo ano é um novo ciclo, uma nova volta em torno do Sol! Certamente nenhum de nós seremos os mesmos pois muita coisa aconteceu neste ano! Buscaremos novas coisas, novos amores, novos sonhos para serem realizados. Tenho certeza que Deus me ajudará na minha nova busca e que ela virá na hora certa. Tenho certeza que as coisas se ajeitarão, não porque um novo ciclo começara, mas porque, quando der meia-noite, uma esperança nova renascerá no meu coração, uma chama capaz de me fazer correr atrás de cada objetivo. A chama se acenderá e devemos cultivá-la ao longo do ano, lembrar que temos que fazer tudo valer à pena e nunca desistir do que verdadeiramente queremos. O meu ano, mesmo com tantos problemas e dificuldades, valeu muito à pena! Aprendi demais e espero que o seu também tenha sido bom e te ensinado muitas coisas.
Espero que o ano novo traga muita esperança nova, que acenda novamente a chama no meu coração e que todos os 365 dias e 6 horas de 2014 nós todos possamos nos lembrar que temos o dever de fazer valer à pena e nunca desistir.
Espero que 2014 seja melhor ainda do que o ano que passou, que seja repleto de conquistas, realizações, amor, amizade e esperança.
Faça valer à pena. Não desista. Lute até o final.
Tenho certeza que vai ser incrível se você se dedicar a ser incrível!
Um beijo e um abraço bem apertado à todos! Feliz 2014!

sábado, 28 de dezembro de 2013

Diário de expedição: Jornada Mundial da Juventude - parte XI, final.

"Temos um encontro marcado, em 2016, em Cracóvia, na Polônia"

Mesmo quando o último grupo de estrangeiros foi embora na segunda feira de manhã e quando eu voltei para a minha rotina de aulas, estudos e vestibulares não parecia que tudo aquilo tinha acontecido na minha vida. Eu vivi uma Jornada Mundial da Juventude no meu país! Eu acolhi jovens peregrinos na minha casa. Eu vi o Papa de pertinho. Eu fiz parte do coro "esta é a juventude do Papa". Eu conheci os fundadores daquilo que é a razão da minha vida, o Caminho Neocatecumental. Eu levei a palavra na casa de uma família que não a conhecia. Eu dormi no chão de Copacabana, passei frio, fome, não tomei banho todos os dias.....Eu professei a minha fé, gritei ao mundo o que mais acredito na vida: Jesus Cristo. Não parecia que tinha acabado, tudo estava tão vivo ainda!
Enfrentamos muitas dificuldades durante a JMJ, algumas previstas e outras totalmente imprevisíveis. Dizem meus amigos mais velhos que peregrinação é sempre assim: sufoco do começo ao fim e primeiro você apanha muito e no final recebe a Redenção. Experimentei isto em Brasília e tornei a experimentar a sensação de se peregrina, só que agora de uma forma muito mais forte no Rio de Janeiro.
Deus me ensinou, à duras penas, a não reclamar, e pelo contrário agradecer, pela vida que tenho. Deus me ensinou a não reclamar da minha cama, do meu banheiro, da comida que tenho em casa, da minha cidade onde tudo é perto, por ter padres na minha paróquia que falam português e dos meus amigos. Peregrino que é peregrino come o que lhe oferecem, sem luxo, gostando ou não, pois é a única comida que você vai ter. Peregrino que é peregrino dorme onde e quando dá, com frio, calor, chuva, em lugar limpo ou sujo. Peregrino que é peregrino toma banho frio ou quente, extremamente rápido, quando dá ou quando tem água (na JMJ foram 2 em 6 dias hahahhaa). Peregrino que é peregrino anda feito louco, cantando, dançando, com dor, sem dor, machucado, querendo ou não é tudo à pé e a cada caminhada uma surpresa! Peregrino que é peregrino aprende a obedecer catequista. Peregrino que é peregrino tem que enfrentar horas na fila da comida, do banheiro, do ponto de ônibus e da entrada do evento. Peregrino que é peregrino escuta a catequese pela tradução do rádio. Peregrino que é peregrino sai conversando com qualquer pessoa que carregue uma bandeira do Brasil ou se arrisca no inglês, porque o importante é não ficar parado e ser simpático! Peregrino que peregrino não tem família, tem os irmãos de comunidade que são mais que amigos, são anjos que vão dividir a comida com você, que vão enfrentar os sufocos com você, que vão te dar forças quando você estiver cansado e querendo desistir, que vão tem emprestar o moletom quando você estiver com frio, que vão te abraçar quando você estiver com saudade de casa, que vão te emprestar o celular pra você usar e que vão te dar a mão pra andar junto no meio da multidão, porque não vão deixar que um só irmão se perca.
As amizades de peregrinações são especiais e diferentes de tudo justamente por isso, pelo espirito de união e de ajuda. É um sentimento forte em que a gente quer que cada irmão esteja bem, confortável e junto do grupo. Há pessoas que conhecemos em peregrinações que passamos meses e anos sem vê-los mas quando há um reencontro, é como se não tivesse tido distância e saudade. É como se tudo continuasse do mesmo ponto em que paramos. Nem preciso dizer que o assunto preferido é rir e comentar tudo, cada detalhezinho, do que aconteceu na peregrinação, em que vale a lei do "depois que passa a gente ri". É um tipo de amizade realmente muito diferente e muito única, adoro estar junto dos irmãos pois este espírito de ajuda e união sempre estão presentes! Obrigada por tudo o que você fizeram pois nesta JMJ, meus irmãos de fé, de perto ou de longe!
Há coisas e momentos na Jornada que são, definitivamente, inesquecíveis. Como não lembrar (e sentir o estomâgo revivrar) toda vez que vejo uma caixa de polenguinho? Como não sentir as pernas doerem só de lembrar dos 17 QUILÔMETROS de caminhada até a praia de Copacabana? Como não lembrar daquela noite, a noite das noites, em que dormi no chão frio do calçadão em condições beem piores que um mendigo? Como não lembrar daquele momento, único em toda a História, em que Sua Santidade, o papa Francisco, olhou para mim e me abençoou? Como não sentir o coração bater mais forte toda vez que lembro do momento em que O Kiko anunciou os brasileiros? Como não cantar "esta é a juventude do Papa!" toda vez que se referem à JMJ? Como não sentir o coração apertar de saudade ao lembrar de tudo isso?
Certas coisas ficam no coração da gente pra sempre. Certas coisas marcam tanto a vida da gente que é possível dividir a nossa vida em antes e depois dela. Certas coisas que vivemos foram tão boas, incríveis e inesquecíveis que tudo o que mais queremos na vida é a chance de podermos vivê-las de novo. A JMJ é uma destas coisas para mim. Tenho tantas lembras, guardo tantos momentos bons, tanta vontade de passar por cada perrengue outra vez que não penso em não ir à próxima Jornada Mundial da Juventude.
Estar em Cracóvia, Polônia, daqui a 3 anos é um projeto sério que não medirei esforços para realizá-lo. Não faço a menor ideia de como irei, de como arrumarei dinheiro suficiente para estar lá pois não trabalho, não sou de família rica e não vou ganhar na mega-sena. Acredito que uma coisa me levará à Polônia, somente uma: Deus. Foi Ele que cuidou de nós em todos os momentos da JMJ Rio 2013. Foi Ele que nos deu forças pra caminharmos os 17 quilômetros, foi Ele que nos ajudou a resistir ao frio intenso de Copacabana, foi Ele que providenciou água, comida e banheiro quando não aguentávamos mais, foi Ele que providenciou cada coisa de que precisávamos e que providenciou os sufocos da peregrinação, pois ele sabia o quanto eu precisava aprender com eles, e que fez tudo se tornar perfeito e inesquecível.
Foi por Deus que estivemos em um grande grupo na JMJ Rio 2013 e tenho certeza que Ele providenciará um jeito de nos levar à Cracóvia. Sei que em se tratando de Jornada Mundial da Juventude e peregrinações, o caminho não será nada fácil. Haverá dias em que eu terei vontade de desistir, em que eu acreditarei que não será possível chegar à outra JMJ. Mas tenho certeza que quando estes dias chegarem, as lembranças dos momentos que vivi na JMJ falarão mais alto, tenho certeza que em qualquer dificuldade que eu tiver ao longo destes 3 anos (que não serão poucas) me lembrarei que Deus estará comigo assim como esteve em toda a JMJ Rio 2013 e que ele providenciará que jorre água do deserto para matar a minha sede. Tenho certeza, absoluta, que ele me dará forças, que ele fará o impossível e de que tudo, no final dará certo. Tenho esta certeza porque vivi uma JMJ atribulada e nesta JMJ Deus revelou sua face misericordiosa à mim, me mostrou que está sempre do meu lado e me dará as coisas conforme a minha necessidade, nada mais, nada a menos.
O meu Deus é o Deus do impossível. É o Deus que fez 4 milhões de jovens suportarem o frio e gritarem, em uníssono, o quanto é bom ser parte desta juventude cristã, que está disposta a andar 17 quilômetros, a passar frio, fome e tantas outras coisas pela fé. Quero muito ter a sensação de alegria que tive nesta JMJ em Cracóvia. Quero muito poder ver o Papa e o Kiko outra vez. Quero cantar naquele túnel de acesso outra vez. Eu quero passar frio, fome, saudade, calor e seja lá mais o quê para ter essa sensação de alegria e para reafirmar a minha certeza de que Deus está comigo em todos os momentos da minha vida.
A JMJ Rio 2013 foi inesquecível e certamente está no coração de todos que, de alguma forma, fizeram parte dela. Sou parte da juventude do Papa, com muito orgulho.
Francisco, espero vê-lo em breve, com o mesmo sorriso fofo da JMJ Rio 2013.
Kiko,Carmen e Padre Mário, continuem sendo a me inspiração e fazendo bagunça nesta Igreja.
Rio, obrigada por todos os momentos, bons ou ruins, que me proporcionou. Continue lindo.
Ilha do Governador, obrigada por receber a nossa turma mesmo com toooooooda a burocracia.
Renata, obrigada por me acolher na sua casa e me mostrar - e me fazer acreditar - que ainda há pessoas com bom coração e disposição à fazer o bem.
Amigos rio-pardenses, obrigada por cuidarem de mim e serem os meus anjos.
Amigos peregrinos, em especial àquele que passaram por São José, foi um prazer conhecê-los, espero vê-los de novo um dia.
Juventude Cristã, somos loucos e somos muitos. Nunca deixemos morrer em nós a alegria de ser parte de uma Igreja jovem e feliz e que sobretudo mantenhamos viva a chama que a JMJ Rio 2013 acendeu em cada um de nós.

NOS VEMOS EM CRACÓVIA, NA POLÔNIA.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Diário de expedição: Jornada Mundial da Juventude - parte X

Estrangeiros em São José do Rio Pardo

Passei a semana da chegada da JMJ anestesiada; não conseguia absorver tudo o que estava acontecendo... era tanta coisa para contar, para ver, para matar a saudade! São José estava mais bonita e o meu coração sossegado. Eu sentia uma alegria dentro de mim que não conseguia explicar!
Mas a Jornada ainda não havia terminado para nós. No final de semana depois do Rio de Janeiro, recebemos mais dois grupos de estrangeiros italianos em nossa paróquia santuário São Roque! Antes de irmos ao Rio de Janeiro recebemos dois grupos de chilenos e espanhóis e um grupo de italianos. Como comecei meu "Diário JMJ" pela viagem, contarei, neste oportuno momento, as visitas de estrangeiros que recebemos antes e depois do Rio de Janeiro.
Domingo, 21/07/2013. Recebemos um grupo de 120 chilenos em nossa paróquia, que rezaram com os monges, tiveram almoço festivo e conheceram a cidade. Infelizmente esta foi a única visita que não pude acompanhar pois estava na Jornada Diocesana da Juventude, preparando corpo, mente e alma para a grande Jornada Mundial da Juventude.
, Quando evangelizavam, falavam com o coração, contavam a própria vida e se esforçavam para serem compreendidos, algo raro aqui, nesta cidade burguesa. Eu estava encantada!! O grande detalhe, que abrilhantou esta visita, foi conhecer o seminarista mais lindo e querido de toda a Espanha! Dani deixou saudades no coração das brasileiras, sem a menor dúvida! Nos despedimos no final do dia, com muito pesar. Os chilenos e espanhois deixaram saudade em São José!! Não posso me esquecer que o hino da JMJ 2013 foi "CHI CHI CHI, LE LE LE, VIVA CHILE"!! Por onde iam, aqui e no Rio de Janeiro, todos os chilenos cantava isso e nós fazíamos questão de engrossar o coro! Me arrepiou ouvir o hino na volta na vigília dentro do metrô do Rio de Janeiro! Viva Chile, viva Espanha!
Noite de segunda feira 22/07/2013: uma hora de depois de falarmos tchau aos chilenos e espanhóis, um grupo de 90 italianos chegou em São José! Este grupo foi recebido com uma eucaristia solene, cantada e rezada em italiano. Eram também muito animados, faziam festa com tudo! A eucaristia foi verdadeiramente estupenda! Todos os irmãos rio-pardenses reunidos para recebê-los, a casa estava cheia e linda! Nunca vou me esquecer do canto "Jesus percorria todas as cidades", meu canto preferido da JMJ, em italiano! Após a eucaristia, os italianos foram encaminhados às casas onde foram acolhidos. Aqui em casa recebemos duas moças muito lindas e educadas, a Iada e a Benedetta! Jantamos, conversamos em alguma língua que misturava inglês, português e italiano e foi extremamente divertido! Trocamos conhecimentos sobre as cidades das meninas - algum lugar em Florença (Firenzeeee!!) - e a nossa. Me lembro de ter amado a ponte de ouro na cidade da Iada! Amei ter recebido as meninas aqui em casa pois quando estive em Brasília fui muito bem recebida por uma família e queria retribuir a hospitalidade que recebi! Espero que as meninas tenham gostado da recepção pois fizemos o nosso melhor!! Espero um dia encontrá-las de novo! Pela manhã, tivemos um farto café da manhã como nunca havíamos tido aqui em casa! Rezamos laudes em italiano no mosteiro, levamos o grupo para conhecer o mosteiro, cantamos, nos divertimos muuuito, almoçamos e depois tivemos que dizer adeus! Foi muito bom recebê-los em São José e hospedá-los aqui em casa. Uma experiência de acolhida única, todos amamos!
Noite de sexta feira 02/08/2013: Jornada finda, recebemos mais dois grupos de italianos. Na noite de sexta, cerca de 50 italianos passaram por São José! Foram recebidos novamente com solene eucaristia, cantada e rezada em italiano! Fizemos um ágape (janta) festiva e o grupo foi dividido para as casas para passar a noite. Nesta vez não pudemos acolher ninguém em casa, todos queriam italianos em suas casas! O que mais me marcou nesta visita, com certeza, foram os olhos azuis cintilantes do Padre Sthéfano!Inesquecíveis! De manhã, o pessoal rezou laudes com os monges e logo depois foram embora. Rápida visita, porém muito importante à todos nós!
Tarde de domingo 04/08/2013: o último grupo de estrangeiros que recebemos em São José chegou durante à tarde em nossa Paróquia. Os italianos foram dirigidos às casas em que seriam acolhidos e à noite celebramos outra eucaristia festiva, rezada e cantada em italiano! Depois, jantar de gala. De manhã, laudes e a partida.
Na manhã de segunda feira, 05/08/2013, quando o último grupo de estrangeiros que recebemos antes e depois da JMJ foi embora, foi quando eu me dei conta de eu tinha, enfim, vivido uma Jornada Mundial da Juventude no meu país, pude acolher cerca de 400 jovens catecúmenos na minha paróquia, que pude participar de 4 das 5 acolhidas, que fiz o melhor para que estes jovens se sentissem em casa e que mostrei um Brasil lindo, porém não sem problemas, aos meus irmãos de fé do mundo todo.
Foi uma experiência realmente única viver a JMJ no meu país. Eu fui parte da galera que fez a jornada acontecer e que foi responsável por ter feito 4 milhões de jovens amarem o Brasil! Nunca vou me esquecer desta oportunidade que tiver e espero que um dia o Brasil receba novamente este maravilhoso evento e, se isto acontecer, eu, com toda certeza, farei questão de fazer parte novamente.
Dos amigos estrangeiros que fiz nesta JMJ certamente nunca me esquecerei, seja os chilenos, espanhóis e italianos que pude acolher em São José ou os que conheci no Rio de Janeiro: os paraguaios loucos, os eslováquios lindos, o canadense convencido, os indianos dançarinos e os skatistas do Rio! Cada pessoa, de outro país ou não, que conheci por intermédio da JMJ foi parte de um dos maiores acontecimentos da minha vida e sou eternamente grata por ter conhecido vocês! Espero vê-los um dia, de preferência, em Cracóvia, na Polônia.

domingo, 22 de dezembro de 2013

O pacto implícito, rompido.

Enfim férias depois de um ano massacrante de estudos. Tenho aproveitado meu raro tempo livre para por ordem na casa, literalmente, e recuperar o tempo perdido. Não conheço as músicas novas, não sei quais são as tendências de moda, não lembro mais como é andar livremente pela minha cidade... Estou tão impregnada pelo meu passado, pelos meus estudos quanto um quarto de sótão que há anos não vê luz e faxina. Minha vida é um emaranhado de teias de aranhas, cheia de livros com páginas amarelas e de caixas velhas que eu não consigo me desfazer. Não jogo fora, não arrumo e não acendo a luz do quarto. Deixo tudo como está, juntando cada vez mais poeira. Há em cada um de nós um sótão que esconde nossas memórias, nosso passado, coisas que precisamos mas não queremos nos desfazer. Há quem prefira deixar lá, como eu, para a hora que a saudade apertar. Há quem simplesmente finge que não tem e que se libertou; grande mentira, há sempre uma caixinha escondida atrás do armário ou debaixo do tapete. Tem dias, horas e momentos na vida em que é inevitável entrar no sótão, abrir a caixinha das lembranças e ficar a contemplar. Poesias e músicas são feitas neste momento. Tudo volta com força total. Mil pensamentos enchem a nossa cabeça, preenchem o coração.. Hoje é o dia de abrir a caixinha, de voltar ao sótão, de andar em meio às teias de aranhas de volta ao passado. Encontrei este poema no meio de minhas lembranças, adoro-o, define bem o que sinto hoje. A UM AUSENTE Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Prosa.

Final de ano chegou, mais trezentos e tantos dias se passaram. E aí, o que você fez? Não é hora de retrospectivas ainda - sim, sou sistemática - mas o filme já têm passado na minha cabeça desde já. Estou mais velha, maior de idade e amadureci consideravelmente neste ano que passou, à duras penas, diga-se de passagem.
2013 foi o meu ano do "querer é fazer", de correr atrás da luz que estava no final do túnel, de perseguir cada pista, cada dica e cada conselho de que eu chegaria viva ao final da maratona. Pois bem, a grande maratona que eu enfrentei neste ano tem data marcada para acabar: segunda é último vestibular em 2013. O último, depois de um ano que só quem verdadeiramente é vestibulando - de corpo, mente e alma - sabe como é.
O vestibular não é só mais uma prova não; é o que resume pelo menos os três últimos anos da sua vida. Três anos não fazendo nada além de estudar - por sorte, no meu caso, tive a Igreja para dar uma 'amenizada' - é muita coisa. Muita gente viveu enquanto eu estava aqui estudando. Muita coisa aconteceu e mudou no mundo enquanto eu estudava.
Mas é, cada um escolhe o caminho que vai seguir na vida. Eu escolhi um difícil e cheio de pedrinhas; não me arrependo. Um dias os frutos ficarão maduros. Um dia esta estrada desembocará em outra não menos pesarosa, apenas outra.
Mas esta estrada de vestibular, de intrigas de ensino médio, de decepções amorosas e recheada de fórmulas estranhas pode estar chegando ao fim, finalmente. O que sinto é o mesmo ofegar de um atleta que acabou de completar a São Silvestre: coração acelerado, ansioso para saber se venceu e corpo e mente cansados. Mas também, com a mesma sensação de dever cumprido, de saber que fiz tudo que estava ao meu alcance, atingi o meu limite.
Deveres feitos, agora é só esperar a hora certa chegar. Isto foi apenas e exatamente o que fiz o ano todo: estudei, rezei e esperei muito pela minha faculdade. Lutarei para conquistá-la até quando for preciso.
E você, o que fez este ano? Fez valer à pena?
Se não, corre que ainda dá tempo.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Direi em outra ocasião, mas se não fosse a intervenção de Deus na minha vida, nada disso seria suportável e nem metade disso teria acontecido.