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sábado, 28 de dezembro de 2013

Diário de expedição: Jornada Mundial da Juventude - parte XI, final.

"Temos um encontro marcado, em 2016, em Cracóvia, na Polônia"

Mesmo quando o último grupo de estrangeiros foi embora na segunda feira de manhã e quando eu voltei para a minha rotina de aulas, estudos e vestibulares não parecia que tudo aquilo tinha acontecido na minha vida. Eu vivi uma Jornada Mundial da Juventude no meu país! Eu acolhi jovens peregrinos na minha casa. Eu vi o Papa de pertinho. Eu fiz parte do coro "esta é a juventude do Papa". Eu conheci os fundadores daquilo que é a razão da minha vida, o Caminho Neocatecumental. Eu levei a palavra na casa de uma família que não a conhecia. Eu dormi no chão de Copacabana, passei frio, fome, não tomei banho todos os dias.....Eu professei a minha fé, gritei ao mundo o que mais acredito na vida: Jesus Cristo. Não parecia que tinha acabado, tudo estava tão vivo ainda!
Enfrentamos muitas dificuldades durante a JMJ, algumas previstas e outras totalmente imprevisíveis. Dizem meus amigos mais velhos que peregrinação é sempre assim: sufoco do começo ao fim e primeiro você apanha muito e no final recebe a Redenção. Experimentei isto em Brasília e tornei a experimentar a sensação de se peregrina, só que agora de uma forma muito mais forte no Rio de Janeiro.
Deus me ensinou, à duras penas, a não reclamar, e pelo contrário agradecer, pela vida que tenho. Deus me ensinou a não reclamar da minha cama, do meu banheiro, da comida que tenho em casa, da minha cidade onde tudo é perto, por ter padres na minha paróquia que falam português e dos meus amigos. Peregrino que é peregrino come o que lhe oferecem, sem luxo, gostando ou não, pois é a única comida que você vai ter. Peregrino que é peregrino dorme onde e quando dá, com frio, calor, chuva, em lugar limpo ou sujo. Peregrino que é peregrino toma banho frio ou quente, extremamente rápido, quando dá ou quando tem água (na JMJ foram 2 em 6 dias hahahhaa). Peregrino que é peregrino anda feito louco, cantando, dançando, com dor, sem dor, machucado, querendo ou não é tudo à pé e a cada caminhada uma surpresa! Peregrino que é peregrino aprende a obedecer catequista. Peregrino que é peregrino tem que enfrentar horas na fila da comida, do banheiro, do ponto de ônibus e da entrada do evento. Peregrino que é peregrino escuta a catequese pela tradução do rádio. Peregrino que é peregrino sai conversando com qualquer pessoa que carregue uma bandeira do Brasil ou se arrisca no inglês, porque o importante é não ficar parado e ser simpático! Peregrino que peregrino não tem família, tem os irmãos de comunidade que são mais que amigos, são anjos que vão dividir a comida com você, que vão enfrentar os sufocos com você, que vão te dar forças quando você estiver cansado e querendo desistir, que vão tem emprestar o moletom quando você estiver com frio, que vão te abraçar quando você estiver com saudade de casa, que vão te emprestar o celular pra você usar e que vão te dar a mão pra andar junto no meio da multidão, porque não vão deixar que um só irmão se perca.
As amizades de peregrinações são especiais e diferentes de tudo justamente por isso, pelo espirito de união e de ajuda. É um sentimento forte em que a gente quer que cada irmão esteja bem, confortável e junto do grupo. Há pessoas que conhecemos em peregrinações que passamos meses e anos sem vê-los mas quando há um reencontro, é como se não tivesse tido distância e saudade. É como se tudo continuasse do mesmo ponto em que paramos. Nem preciso dizer que o assunto preferido é rir e comentar tudo, cada detalhezinho, do que aconteceu na peregrinação, em que vale a lei do "depois que passa a gente ri". É um tipo de amizade realmente muito diferente e muito única, adoro estar junto dos irmãos pois este espírito de ajuda e união sempre estão presentes! Obrigada por tudo o que você fizeram pois nesta JMJ, meus irmãos de fé, de perto ou de longe!
Há coisas e momentos na Jornada que são, definitivamente, inesquecíveis. Como não lembrar (e sentir o estomâgo revivrar) toda vez que vejo uma caixa de polenguinho? Como não sentir as pernas doerem só de lembrar dos 17 QUILÔMETROS de caminhada até a praia de Copacabana? Como não lembrar daquela noite, a noite das noites, em que dormi no chão frio do calçadão em condições beem piores que um mendigo? Como não lembrar daquele momento, único em toda a História, em que Sua Santidade, o papa Francisco, olhou para mim e me abençoou? Como não sentir o coração bater mais forte toda vez que lembro do momento em que O Kiko anunciou os brasileiros? Como não cantar "esta é a juventude do Papa!" toda vez que se referem à JMJ? Como não sentir o coração apertar de saudade ao lembrar de tudo isso?
Certas coisas ficam no coração da gente pra sempre. Certas coisas marcam tanto a vida da gente que é possível dividir a nossa vida em antes e depois dela. Certas coisas que vivemos foram tão boas, incríveis e inesquecíveis que tudo o que mais queremos na vida é a chance de podermos vivê-las de novo. A JMJ é uma destas coisas para mim. Tenho tantas lembras, guardo tantos momentos bons, tanta vontade de passar por cada perrengue outra vez que não penso em não ir à próxima Jornada Mundial da Juventude.
Estar em Cracóvia, Polônia, daqui a 3 anos é um projeto sério que não medirei esforços para realizá-lo. Não faço a menor ideia de como irei, de como arrumarei dinheiro suficiente para estar lá pois não trabalho, não sou de família rica e não vou ganhar na mega-sena. Acredito que uma coisa me levará à Polônia, somente uma: Deus. Foi Ele que cuidou de nós em todos os momentos da JMJ Rio 2013. Foi Ele que nos deu forças pra caminharmos os 17 quilômetros, foi Ele que nos ajudou a resistir ao frio intenso de Copacabana, foi Ele que providenciou água, comida e banheiro quando não aguentávamos mais, foi Ele que providenciou cada coisa de que precisávamos e que providenciou os sufocos da peregrinação, pois ele sabia o quanto eu precisava aprender com eles, e que fez tudo se tornar perfeito e inesquecível.
Foi por Deus que estivemos em um grande grupo na JMJ Rio 2013 e tenho certeza que Ele providenciará um jeito de nos levar à Cracóvia. Sei que em se tratando de Jornada Mundial da Juventude e peregrinações, o caminho não será nada fácil. Haverá dias em que eu terei vontade de desistir, em que eu acreditarei que não será possível chegar à outra JMJ. Mas tenho certeza que quando estes dias chegarem, as lembranças dos momentos que vivi na JMJ falarão mais alto, tenho certeza que em qualquer dificuldade que eu tiver ao longo destes 3 anos (que não serão poucas) me lembrarei que Deus estará comigo assim como esteve em toda a JMJ Rio 2013 e que ele providenciará que jorre água do deserto para matar a minha sede. Tenho certeza, absoluta, que ele me dará forças, que ele fará o impossível e de que tudo, no final dará certo. Tenho esta certeza porque vivi uma JMJ atribulada e nesta JMJ Deus revelou sua face misericordiosa à mim, me mostrou que está sempre do meu lado e me dará as coisas conforme a minha necessidade, nada mais, nada a menos.
O meu Deus é o Deus do impossível. É o Deus que fez 4 milhões de jovens suportarem o frio e gritarem, em uníssono, o quanto é bom ser parte desta juventude cristã, que está disposta a andar 17 quilômetros, a passar frio, fome e tantas outras coisas pela fé. Quero muito ter a sensação de alegria que tive nesta JMJ em Cracóvia. Quero muito poder ver o Papa e o Kiko outra vez. Quero cantar naquele túnel de acesso outra vez. Eu quero passar frio, fome, saudade, calor e seja lá mais o quê para ter essa sensação de alegria e para reafirmar a minha certeza de que Deus está comigo em todos os momentos da minha vida.
A JMJ Rio 2013 foi inesquecível e certamente está no coração de todos que, de alguma forma, fizeram parte dela. Sou parte da juventude do Papa, com muito orgulho.
Francisco, espero vê-lo em breve, com o mesmo sorriso fofo da JMJ Rio 2013.
Kiko,Carmen e Padre Mário, continuem sendo a me inspiração e fazendo bagunça nesta Igreja.
Rio, obrigada por todos os momentos, bons ou ruins, que me proporcionou. Continue lindo.
Ilha do Governador, obrigada por receber a nossa turma mesmo com toooooooda a burocracia.
Renata, obrigada por me acolher na sua casa e me mostrar - e me fazer acreditar - que ainda há pessoas com bom coração e disposição à fazer o bem.
Amigos rio-pardenses, obrigada por cuidarem de mim e serem os meus anjos.
Amigos peregrinos, em especial àquele que passaram por São José, foi um prazer conhecê-los, espero vê-los de novo um dia.
Juventude Cristã, somos loucos e somos muitos. Nunca deixemos morrer em nós a alegria de ser parte de uma Igreja jovem e feliz e que sobretudo mantenhamos viva a chama que a JMJ Rio 2013 acendeu em cada um de nós.

NOS VEMOS EM CRACÓVIA, NA POLÔNIA.

2 comentários:

Unknown disse...

acho que não preciso comentar nada, apenas meus olhos encheram de lágrimas em ler o que você escreveu e lembrar dos momentos que vivi! :)descobri que como peregrina sou mais sentimental do que eu pensava que era .. srsrs :')

Maria Olívia Dornellas disse...

eu também sou super sentimental, lê, chorei mais escrevendo do que na própria JMJ hahahaha