BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Relatos de uma viagem praiana: Bertioga PARTE II


Crepúsculo ou o caminho do sol

Era a hora mais bonita e esperada do dia. Não havia nada há temer. O Sol começava a descer em ritmo lento, gradual e seguro. A maioria das pessoas sequer tinha consciência de que aquela era a hora do crepúsculo.
O dia termina como nasce: glorioso e imponente. E reina soberano no céu. Não há nuvem que ofusque o protagonista. Aponta no mais extremo do poente um brilho dourado. Brilha sem perder sua pose. Não desvia seu curso ou se apaga; mas permanece sua tragetória obediente.
O dia vai e deixa muitas incertezas. É um dia a menos de vida. E você fez esse dia ser tão bonito quanto o brilho dourado do crepúsculo? Mas você tentou fazer de tudo mesmo ? A magia desse momento agride nosso lado mais fraco. Traz tudo à tona, tudo o que você não queria. Te faz pensar na vida e no motivo de você estar ali contemplando-o.
Você pode parar mas o Sol não tem escolha. Sem que realmente percebamos qualquer movimento, ele vai se aproximando mais e mais do final daquela linha. Às nuvens vêem ao seu encontro, para carregar seu brilho dourado a novos lugares, e aquele vai ficando gradualmente escurecido.
O Sol não desiste de brilhar, apenas dá uma volta para depois estar novamente ali. Prepara o momento da partida da forma mais cuidadosa possível até ir embora. E vai, sem cerimônias. Leva o fim do dia e do brilho. O céu fica escuro, sem vida própria. Já está na hora de apanhar todas as coisas e partir também; dizer adeus ao mar e àquele brilho que raramente se vê em outras terras. Pronto. Agora é oficial: o crepúsculo acabou e o dia chegou ao fim. Começaram as lágrimas.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Relato e foto do pôr-do-sol do dia 23/01/10 em Bertioga.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Relatos de uma viagem praiana: Bertioga. PARTE I


Estou de volta.

Que felicidade estar de volta.

A alegria daqueles que ficam é a volta.

Muitas coisas acontecem em uma semana. A saudade aumenta junto com o tédio. Pouco muda. Só a gente que muda. Muda o pensamento, a cor do cabelo e da pele. E quando voltamos, descobrimos que nossas coisas estão intactas tal como deixamos-nas. A mesma colcha na cama, a mesma bagunça no guarda-roupa e o mesmo computador imundo. E nós? Como será que estamos?

Com uma confusão daquelas na cabeça.

É o alívio de se estar sã e salva em casa. É a certeza de que nenhuma catástrofe aconteceu na sua ausência. É por as suas coisas no lugar, de novo. É voltar para a sua própria vida.

Deixamos para trás uma semana de excessiva tranqüilidade. É o calor, o vento e o sal da água. É o crepúsculo praiano, onde sua beleza é acentudade demais. Larga-se na memória as coisas bonitas que vimos, os problemas e os desapontamentos. Haverá aquela saudade doentia de querer mover céus e terras para voltar?

Quando viajamos para terras desconhecidas, navegamos por uma estrada escura. Não temos certeza sobre o que encontraremos. Incertezas é tudo o que tínhamos. É bom que respiremos novos ares de vez em quando. É bom que paremos para pensar em nossa vida por alguns momentos. É bom fazer as férias valerem à pena, de alguma maneira.

Sigo querendo viajar pelo desonhecido. Maior ainda é a vontade de voltar à vida de rio-pardense.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:

“O tempo passa. [...] Até pra mim” Bella Swan em Lua Nova.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pronta para viajar. De novo.

Existem sentimentos e sensações que não viajam com a gente. Tem saudade que vai junto com o avião, tem paixão que não solta do chão do apartamento, tem ansiedade que fica na parede do nosso quarto.
Existem sentimentos e sensações que a gente precisa despachar no momento do check-in, para pegar só na volta. Afinal, nada pode ser mais perigoso do que levar tristeza, angústia ou qualquer outro sentimento negativo na bagagem de mão.
Existem sentimentos e sensações que eu deixo em casa. Deixo problemas para serem resolvidos amanhã, próxima semana, próximo ano, ou nunca. Com o tempo, aprendi que, assim como existem histórias que ficam restritas a um dia, um mês, uma cidade, existem também aquelas outras que teimam em se esconder nos nossos bolsos, quando a gente menos imagina.
Parto dentro de algumas horas em esperada viagem rumo ao Litoral Sul de São Paulo, mas não como um pássaro, que de longe tudo vê, mas nada pode fazer. Vou pelo chão, pra ver a vida de perto, pra ver o céu que me cobre os ombros de azul.
Mas não tem eufemismo que me tire o que tá escrito na minha testa. Eu quero mesmo é ver, na imagem difusa do horizonte que passa rápido diante dos meus olhos, algo que se assemelhe uma saída. Uma abertura que pareça uma porta, um caminho que aparente ser o certo. Parto dentro de algumas horas em viagem rumo ao Litoral Sul de São Paulo, mas não como um pássaro, que de longe tudo vê, mas nada pode fazer. Vou pelo chão, pra ver a vida de perto, pra ver o céu que me cobre os ombros de azul.
Mas não tem eufemismo que me tire o que tá escrito na minha testa. Eu quero mesmo é ver, na imagem difusa do horizonte que passa rápido diante dos meus olhos, algo que se assemelhe uma saída. Uma abertura que pareça uma porta, um caminho que aparente ser o certo. Se for o caminho errado, é só voltar. De volta. De novo.

texto de Lucas Silveira, adaptado.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Amanhã de manhã (bem cedo meeeeesmo) estarei viajando rumo à Bertioga, no litoral sul de São Paulo. Espero que seja uma ótima viagem e que o passeio valha à pena. Espero voltar com mais cor do que agora. Espero ter muitas fotos novas e muitas, muitas, muuuuuitas histórias para contar (isso é o melhor das viagens). Ficarei uma semana fora de casa e longe da internet e do meu blog. Tenham juízo, amigos :)
Beijos e até a volta!

Esse é o consolo dos amigos


Saudade é o termo de quem se apega. Buscamos pelo que é palpável, real.

Chega uma hora na vida da gente que cada um segue seu próprio caminho. Uns vão para a faculdade, outros ficam aqui e há ainda quem pare no meio do caminho. Optamos pela estrada que melhor nos convém de acordo com aquilo que almejamos. Esses são chamados de sonhos, aquilo que a gente quer mas não tem ainda. Conforme caminhamos, amores, pessoas e hábitos vão sendo deixados para traz. Seguimos uma estrada em linha reta, não podemos andar em contra-mão. São escolhas, caminhos e destinos.
Me lembro de outros tempos, que a gente brincava de boneca e adorávamos correr na quadra da escola. Um metro, mochilas desenhadas, inocência. Me lembro das pulseiras da amizade, das brigas e de quando comemorávamos uma vitória. Isso tudo faz parte da vida de cada um de nós. Nossas lembranças. Uma parte tão gostosa da vida.
Passamos de crianças à adolescentes. Amadurecemos; uns mais, outros menos. Crescemos, ganhamos corpo e espinhas. Foi aí que passamos a querer descobrir a vida. Houve vezes que descobrimos até demais! Fizemos outros amigos mas aquela turma sempre esteve lá.
Agora, terminamos o Ensino Fundamental e vamos dividir a turma. Isso não quer dizer, exatamente, que cada um vai para um lado. Ainda temos três anos antes da faculdade. Serão três anos de muitos estudos, vestibulares, festas, novos amigos e namorados para nós todos. Pode ser que encontremos pessoas melhores, mas, nem que seja somente na memória, estaremos felizes e juntos.
O consolo de cada um de nós deve ser saber que tivemos bons momentos juntos. Eles podem não voltar a ser como eram, talvez nunca mais, entretanto, só depende de nós mantermos a chama acesa. Rezo todos os dias para que Deus nos dê juízo e nos ajude. Torço muito pelo sucesso de todos e espero poder ajudar com o que precisarem. Ainda chegará o dia da separação, seja daqui a 3, 30 ou 60 anos. Meu desejo é que vivamos as nossas escolhas e que tenhamos um futuro brilhante. O consolo de quem se separa é saber que os outros estarão bem e felizes, mesmo que mais distante um pouco.

Dedico àqueles que sempre estiveram comigo em qualquer caminhada. Àqueles que não me deixaram desanimar e que me ajudaram a construir a minha história e o meu caráter. Vocês foram incríveis, inacreditáveis, surpreendentes e maravilhosos comigo em todos esses anos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Embora se diga que morrem, sua amizade e convívio estão, no melhor sentido, sempre presentes, porque são imortais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Arquivos

Nós todos temos o costume de guardar nossos arquivos: virtuais ou palpáveis. Criamos pastas, gavetas e esconderijos a fim de nos assegurarmos que nossas lembranças estarão seguramente guardadas. As lembranças permanecem vivas em nós. Existe uma parte do nosso cérebro que acumula memórias ao longo dos tempos, como se estivessem apenas guardando para serem revividas em sonhos. Os arquivos estão sempre disponíveis para consultas. São inflexíveis, imutáveis; apenas um filete de cores e pensamentos. Nós escolhemos guardar ou jogar fora.
O que tenho descoberto é que por mais inalteráveis que sejam, não podemos nos desapegar de tudo. Por não querer e por não poder. Podem ser terríveis e machucar, mas alguns arquivos são para sempre. É como uma marca, uma cicatriz.
Os arquivos podem mudar o curso da história. Podem nos fazer querer consertar o que já fizemos. Por tantas vezes, é saudável guardar as memórias. Eles constroem a nossa história e são parte dela. Quando recordamos, temos a chance de nos auto-avaliar. Acredito que essa é uma boa forma de tentar apontar nossos próprios erros e tentar buscar um caminho mais adequado. Portanto, tenhamos sempre ao alcance das mãos nossos diários e fotos, além de ser uma boa forma de passar o tempo, nos conheceremos melhor, afinal, quem melhor que nós mesmo para nos entendermos?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Espelho

O que é que o teu reflexo diz?

O que seu espelho mostra pra você, quando você está de frente pra ele? O que é que você diz de você mesmo, do que você faz, do que você fez, do que você pensa? Seria possível tamanho distanciamento de si mesmo, a ponto de tecermos uma auto-avaliação que não seja contaminada pela nossa vaidade?

O que tenho descoberto é que, a cada dia que passa, nós, que acreditamos em nós mesmos, vemos no reflexo algo cada vez mais parecido com o que sonhamos. Que fique claro que não me refiro, aqui, à imagem física, às aparências e às enganosas armadilhas que essas nos colocam pelo caminho. Eu falo de sonhos, e de objetivos, que nada mais são do que sonhos dos quais a gente realmente está correndo atrás. Eu falo de missões que a gente dá a si mesmo. Estamos cumprindo? Estamos, ao menos, tentando cumprí-las? Será que a gente sabe qual é a nossa missão aqui?

O espelho pode nos dizer isso melhor do que ninguém. Estou cansado de gente que não consegue olhar nos olhos, pura e simplesmente por não saber que é atrás dos olhos que se encontra a nossa alma, nosso verdadeiro ser. Essas pessoas não conseguem nem olhar nos seus próprios olhos, pois sabem que vão ver o que não querem, mas sabem o que é. Sabem que estão em débito para consigo mesmos, e não se demonstram interessados em saldar essas dívidas.

Falando assim, posso parecer feito de certezas, quando, na verdade, não passo de um humano cheio de dúvidas. Mas são essas dúvidas que me guiam atrás de respostas. E o que eu digo aqui, eu aprendi durante essas buscas infindáveis. Quantas vezes acabei encontrando uma pergunta ainda mais inquietante, quando tudo o que eu queria era uma resposta curta e certeira. Não há. Nunca houve. Algumas delas o espelho me conta, quanto a outras, me dá somente dicas confusas. E tem também aquelas que são tão complicadas que eu nem sei por onde começar a perguntar. E é por não ter respostas para tudo que eu acabo escrevendo pra mim mesmo essas perguntas. Um dia eu vou saber responder. E vou escrever na minha alma, para que todos leiam por detrás dos meus olhos.

Lucas Silveira

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

De noite eu não posso dormir, porque vi uma estrela brilhando no céu.

Era uma noite quente de dezembro. A praça estava repleta de crianças que brincavam todo santo dia de bola, peão e boneca até o anoitecer. A noite, sempre terminal, entristecia as tantas crianças que voltavam desgostosas para casa. Mas naquela noite, uma estrela, incomumente brilhante, apareceu à multidão. Era demasiada grande e brilhante para não ser notada. No instante seguinte, às pessoas, amedrontadas, levaram seus filhos para casa praticamente correndo.
Três meninos, de diferentes culturas, ficaram intrigados com o significado daquela estrela. Todos eles levantaram-se na calada da noite para procurarem pela estrela. Ela se mexia sugestivamente, indicando um caminho. Curiosos e destemido, saíram e foram ao encontro do destino da estrela.
Caminharam sem parar para descansar nem sequer por um minuto.
Um a um, os três meninos chegaram à uma cabana no meio do nada onde havia um menino em uma manjedoura. Um menino envolto em trapos. O rei.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
E essa foi a minha versão da história dos três reis magos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não arde. Não dói. Já esqueci de lembrar. Já voltou a bater.

Há dores e feridas que às vezes afrouxam, dando-nos mais liberdade de agir. Ou, simplesmente, acreditamos que estão curadas o suficiente para tentar machucá-las de novo. É engraçada a situação e o sentimento de estar em perigo. O ato de viver, por si só, já é estar em apuros.
A cura. É como se nunca houvesse uma ferida ali. Dói. Massacra. Esmaga por dentro. Queima os miolos. Mas passa. A cura é gradual e lenta, para que não sejamos orgulhos demais para achar que já podemos nos machucar de novo.

Por vezes, precisamos estar conscientes dessa dor, lembrar.

Nenhuma ferida é para sempre.

Há momentos em que a adrenalina do perigo fala mais alto do que a razão. A endorfina, substância produzida pelo cérebro em resposta à adrenalina, aumenta o bem estar e diminui o estresse. Portanto, a sensação de perigo, cientificamente, nos faz bem. Contudo, sejamos razoáveis: há extremos entre o bem estar e o risco.
Ao longo da vida, conhecemos novas pessoas, amores e ídolos. Amamos, nos enganamos e nos machucamos. As feridas e cicatrizes estão aí, à todo vapor. Querer curá-las já é meio caminho andado. Não adianta ficarmos trancafiados em nossos próprios pensamentos; o coração precisa bater normalmente. Que o início do novo ano traga boas vibrações, menos feridas e muitas, muitas histórias para contarmos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
eu já senti a mesma dor / e amaldiçoei o meu amor / quando eu fiquei sem nada foi quando eu percebi / que eu preciso, você também / todo mundo precisa de alguém