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sexta-feira, 29 de março de 2013

Sobre as amarras da vida.

É hora de silenciar. Fechar a boca, desligar a música, apagar a luz, meditar e escrever. O início de ano foi uma loucura. Voou e foi-se embora os meses como tantas outras coisas. Tenho sentido antecipadamente as dores de um ano que promete fortes emoções.
É tanta loucura, tanta confusão e tanta falta de tempo que nos poucos momentos de paz-de-espírito que tenho, me encho de saudade. De nostalgia. De conjugar no passado. Tenho sentido às amarras do passado me assombrando quando fecho os olhos. É como um fantasma que só aparece quando a gente já está com medo de outras coisas. É um ímã. Uma tempestade que não cessa.
Quando a criança tem medo, dizem que ela tem que ir lá e lutar contra o fantasma e no fim ela descobrirá que ele é apenas seu pai enrolado em um lençol. Quando a gente cresce, a gente briga, luta, esfaqueia, asfixia e nada disso revela a verdadeira face do fantasma. Ele fica nos seguindo e se a gente pergunta o que ele quer, ele ri na nossa cara.
É uma infecção contra a qual a medicina não desenvolveu remédios que a mandassem embora para sempre. A doença sempre volta sem avisos, sem hora marcada.
A gente se prende por mil e uma coisas. A gente fecha a boca porque sabe que se falar demais e na hora errada, vai estar tudo perdido. A gente troca de roupa e de sapato até que tudo combine. A gente foge do fantasma quando sente ele próximo. A gente se auto-medica e acredita que os nossos conhecimentos médicos são o bastante para curar qualquer coisa. A gente decora frases prontas e finge que se disser com convicção, vamos enganar alguém.
A gente se culpa pelos menores deslizes que damos. Culpa por ter gastado muito tempo ou por não ter gastado tempo nenhum. Culpa por lembrar. Culpa por ainda deixar que um fantasma domine alguma coisa.
Mas o que é que a gente faz de verdade? Será que a gente realmente se esforça para mudar de vida? A gente arranja mil motivos pra continuar perto do fantasma e adia a visita ao médico. A gente finge que não existe mais nada, que está tudo guardado e trancado quando não está. Nós mesmos nos prendemos em nós. Somos os vilões e somos heróis. Soltar as amarras da vida depende das nossas forças: não basta dizer e não fazer nada. É hora de agir; de não ter medo de lidar. É hora de despojar de tudo o que faz mal. É hora de mover as amarras que nos prende a isso e aquilo. É tempo de libertar-se.

Espero que a partir de amanhã eu realmente viva como já deveria estar vivendo à um ano: desamarrada. Livre do fantasma. Livre de pendências. Livre de urgências. Livre de qualquer coisa que me lembre passado e plural. Quero ser só eu, meu presente e meu futuro. Não quero mais o que eu nunca tive. Não, não mais.. Já passou da hora de mudar de vida. E agora, foi dada a largada..

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Tenho morrido de estudar e gostado das coisas enérgicas. Quero movimento e ações e por isso, estou começando a dar exemplo disso. E que Deus esteja sempre conosco nessa empreitada! um beijo.

terça-feira, 19 de março de 2013

Liberdade e Direitos civis

Na antiguidade, ser livre significava participar da política, como é o caso de Atenas, onde cada cidadão ateniense participava diretamente das escolhas políticas. Já a liberdade moderna consiste em direitos e deveres, ou seja, sua liberdade individual é plena desde que não interfira na do outro.
Antes, para ter direitos políticos e sociais era preciso fazer parte de uma nobreza, mas com o advento das Revoluções Burguesas do século 18, esses direitos colocaram os cidadãos em igualdade perante a lei; ricos e pobres passaram a ter os mesmos direitos e deveres.
A lei em si é inspiradora mas na prática nem sempre é assim. Ainda há lugares no mundo que condenam o uso de determinadas roupas, impedem manifestações religiosas e fazem distinção entre os sexos e entre a cor da pele.
A verdade é que a sociedade é discriminante e separa as pessoas de acordo com um critério. Foi assim na África do Sul com a separação histórica entre brancos e negros e das diferenças de direitos sociais e trabalhistas às  mulheres nas indústrias dos Estados Unidos nos anos de 1860.
A sociedade e a política induzem as pessoas a se posicionarem sobre todos os assuntos sem dar importância aos aspectos humanos. Reprime pessoas que não se comportam segundo um padrão pré-estabelecidos sem se darem conta de que um padrão é criado de acordo com um critério que um grupo de pessoas acredita ser o certo.
 Somos filhos de uma sociedade que venceu o apartheid, que conquistou direitos políticos, sociais e civis ás mulheres, que instituiu liberdade de crença mas que ainda assim julga automaticamente pessoas que se vestem diferente, homossexuais e fumantes sem perceber que ao fazer isso, ferimos o direito à liberdade de expressão.
Somos livres e arcamos com as nossas escolhas, mas ainda assim, livres. Condenar o quão certo ou errado é ou deixa de ser não cabe à nós. Não somos justos com nada e ninguém.
Hoje temos uma lei que nos confere igualdade política e liberdade de expressão, porém a própria sociedade se encarrega de violar esses direitos no sentido de não respeitar as diferenças e impor padrões. Esse é o mundo em que vivemos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
A gente escreve o que sente, o que vê e se inconforma. Belo texto para a minha a aula de inglês.



sexta-feira, 8 de março de 2013

Às mulheres

Peça para um homem descrever um mulherão.Ele imediatamente vai falar do tamanho dos seios,na medida da cintura,no volume dos lábios,nas pernas,bumbum e cor dos olhos.Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1. 80m,siliconada,sorriso colgate. Mulherões,dentro deste conceito,não existem muitas:Vera Fischer, Leticia Spiller, Malu Mader,Adriane Galisteu, Lumas e Brunas.Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma a cada esquina. Mulherão é aquela que pega dois ônibus por dia para ir ao trabalho e mais dois para voltar,e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir matricula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 Reais. Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana.Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta,que malha,que usa salto alto, meia-calça,ajeita o cabelo e se perfuma,mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.Mulherão é quem leva os filhos na escola,busca os filhos na escola,leva os filhos para a natação,busca os filhos na natação,leva os filhos para a cama,conta histórias,dá um beijo e apaga a luz.Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite. Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,é quem faz serviços voluntários,é quem colhe uva,é quem opera pacientes,é quem lava roupa pra fora,é quem bota a mesa,cozinha o feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa,TPM,menstruação.Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos,fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios.Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia. Feliz dias das mulheres.
Martha Medeiros

Parabéns para você, que, linda, lida com explosões hormonais uma vez ao mês. Que sente tudo inchar. Que chora por besteira. Que valoriza bobagens. Que acredita em filmes de amor. Que faz coleção de esmaltes. Que ama sapatos, bolsas e cacarecos para colocar no cabelo. Que compra só porque tava em liquidação. Que sempre precisa de alguma coisa. Que acha o amor a coisa mais bonita – e importante desse mundo. Que sabe como é fundamental olhar para si mesma – ainda que de vez em quando se perca e se preocupe em demasia com o "querer" do outro. Parabéns para você, que dia a dia aprende mais sobre você mesma. Que erra para aprender. Que é forte o suficiente para seguir em frente – sem lamúrias, mas com maturidade e sensatez. Que de vez em quando esquece a própria idade e o juízo em algum canto. E depois acha, como mágica. Parabéns para você, que tem um sonho. Que não desiste, apesar do que falam. Que não se abala, apesar do medo. Que sente uma fraqueza interna, mas caminha com passos firmes. Que fica tonta, mas não desmaia. Que apesar de cada pedra no caminho, corre. Que reclama dos problemas, mas entende que a vida é feita deles. Que tenta entender o defeito alheio – e procura perceber os seus. Parabéns pra nós mulheres !