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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Estou viva.

Muita coisa mudou na minha vida de 2008 pra cá. Hoje quando abro a tela do meu blog não sei bem sobre o que escrever. Não sei mais expressar em palavras, metáforas e rimas o que guardo dentro de mim. Acho que aos poucos estou aprendendo a guardar pra mim o que se passa lá dentro ou aos poucos tenho aprendido a desviar a atenção de sentimentos para processos. Não quero vir aqui e escrever longos monólogos sobre o que penso acerca de criminologia, aborto, Bolsa Família, direito objetivo ou subjetivo; há vários autores mais equipados e estudados para falar sobre isso; não foi com essa intenção que criei o blog.
Hoje, 6 anos depois, sinto dificuldade em falar de mim. O sangue nos olhos, a rebeldia e a teimosia continuam os mesmos de sempre, não duvidem. Porém, algumas pancadas que levei da vida me fizeram silenciar ou não espalhar aos quatro cantos o que se passa em mim. A gente aprende no Direito que quanto menos provas produzirmos contra nós mesmos, melhor. Não quero perguntas e respostas pré-concebidas, carregadas de preconceitos e julgamentos de quem não tem a menor legitimidade para me inquirir. Sei bem que meu amado blog não vai me julgar ou rejeitar algo que eu aqui escreva, mas entendam, como um domínio público, tenho reduzido o que posto e público.
Há tantas histórias que eu gostaria de vir aqui e escrever e contar cada detalhe que me inquieta o cérebro, ou que me faz rir até cair da cadeira, que vocês não tem ideia! Mas é que há tantas pessoas envolvidas, tantos sentimentos no meio dessas histórias e presságios que me poupo de fazer isso.
Não quero burburinhos, alardes, conversas por detrás das minhas costas e julgamentos pelas minhas palavras. Quero olho no olho, conversa cara-a-cara, sem mais discussões de whatsapp ou indiretas de twitter. Eu cresci e tenho orgulho de quem me tornei. Não quero dar explicações, detalhar cada passo que dou. Quero é alguém que corra do meu lado, que esteja lá quando eu precisar e quando eu não precisar que esteja lá também porque, afinal de contas, companheirismo, até onde eu sei, é isso. Se eu não pedi conselhos, não me dê. Se estou contando uma história, só ouça. Se eu chorar, só me abrace. Se tiver festa, venha comigo. Se não tiver festa, esteja comigo também, mesmo que longe ou muito longe.
Viver é um risco, estou ciente; já assinei e homologuei o termo. Se tenho medo? Muito, mas vou levando até onde dá.

Estou viva, como nunca estive, e espero que vocês também estejam.
A vida passa, amigos. A hora de viver é bem agora, não temos tempo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Primeiro semestre

Muita coisa mudou na minha vida em 6 meses.
Entrei pra faculdade, fui cursar o que eu sempre quis.
Fui morar sozinha, fazer minha própria comida, lavar minha própria roupa, lidar com meus próprios problemas.
Há quem diga, e a maioria diz, que vida universitária é só farra. Bom, depende do seu ponto de vista. Se tem festa? claro que tem! E open bar, das melhores! Mas o que não está nas redes sociais e nas rodinhas de conversa, é os artigos decorados, os estudos, as pesquisas, a lei no caso concreto; são essas as coisas que mudam a vida de quem cursa Direito.
O curso de Direito humaniza muito, coloca o estudante frente a frente com a realidade da maioria da população e tira do mundinho cor-de-rosa. Uma vez, numa feira de profissões, um tal Pedro me disse que "o Direito é apaixonante, é impossível começar e não gostar" e hoje estou aqui, confirmando isso. Há aulas que a gente tem vontade de sair correndo mesmo, nem sempre dá pra concordar com o Senhor Doutor que está lá na frente, mas o segredo é encontrar em cada aula, em cada frase de efeito, em cada ato jurídico o motivo que te levou a estar cursando aquele curso e ver que é por este motivo que você está ali. Tenho descoberto a cada dia a minha vocação e vendo que o motivo que me levou a estar ali é realmente tangível. Sou fã do Direito e tenho a Justiça como ideal maior, ainda que esta seja, muitas vezes, cruel ou tardia.
Encontrei na Faculdade de Direito de Franca o motivo pelo qual sempre quis lutar. Encontrei, lá no brejão, pessoas querendo lutar comigo, abraçar a mesma causa que a minha. Confesso que lá na cidade grande as coisas são diferentes, e beem diferentes, mas encontrei o terreno ideal para lutar pelos meus sonhos e encontrar um caminho para a minha vida.
Se teve confusão? Claro. Já viram Maria Olívia não estar metida em apuros?! Mas aprendi que há coisas pelas quais se deve realmente lutar, como direitos humanos, mas têm coisas, tipo homem, que é melhor deixar a vida decidir o que é melhor pra gente. Confesso que, apesar dos pesares, é bom estar, finalmente, aberta à "vida". É uma questão de, finalmente, poder escolher o que eu quero, como eu quero. É uma sensação de liberdade pois finalmente me colocaram no mundão de meu Deus pra eu procurar alguém que ao menos tenha o mesmo o ideal que o meu e que de alguma forma, seja o ideal pra mim. Agora sou eu, não tem ninguém decidindo por mim. E que os anjos de Deus me abençoem!
Essa coisa de ter que decidir tudo nem sempre é fácil. É um peso bem grande. Mas é assim que a gente aprende a viver. Aprende a viver longe da família, longe dos amigos de infância, longe do mundinho rio pardense (uma cabana de zinco e sarrafos coberta por uma redoma de vidro). Me julgam pois "blah, a faculdade te mudou" e olha, mudou mesmo. Nunca, há seis meses, um ano atrás, imaginava que eu estaria assim: controlando cada centavo da minha mesada (que antes eu nem tinha), fazendo minha própria comida, lavando minha própria roupa, chegando sozinha em casa, indo à pé para todos os lados da cidade, indo numa eucaristia sem salto. A faculdade me mudou mesmo e tenho muito orgulho disso. Estou me tornando quem eu sempre quis ser e não digo isso pelas festas open bar ou por qualquer outra coisa, mas é o Direito o responsável por tudo isso, é o responsável por me tirar da redoma de vidro e me fazer enxergar com nitidez, pela primeira vez na vida, como as coisas são de fato.
Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Amanhã começa um novo semestre; é hora de voltar. E que os anjos digam amém!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Coisa de Litoral, parte II

Escrito em 11/01/2014, do alto do meu temporário 2º andar.

"Tudo pode estar lá"
Quando saí para esta viagem encontrava-me com corpo e mente cansados. Estava esgotada por mil motivos: vestibulares, amor, decepções e por aí vai! Na virada do ano, bendizi a Deus por tudo que aconteceu na minha vida em 2013 pois tudo, de alguma maneira, foi bom e valeu à pena. < br /> Apesar disso, não posso negar que muuita aconteceu.
Na vida muito mais coisas foram feitas para nos matar do que para nos fazer viver, mais perguntas estão sem respostas do que podemos imaginar. Mas, antes de vir, parecia que tudo, de alguma forma, "saiu fora dos trilhos" e o trem ameaçava perder o controle.
Entretanto, no meio de tantas dificuldades, sejam elas financeiras, emocionais ou físicas, no meio de tanta adversidade Deus me presenteou de uma forma que eu não poderia sequer imaginar.
Depois de 2 anos a viagem para o litoral saiu e quando viemos, fazia apenas uma semana que o contrato havia sido finalizado pela internet com um desconhecido. A falta que o mar fazia a nós, simples interioranos (quiçá sertanejos rústicos), era inexplicável e a vontade de descer a serra era muito maior do que qualquer problema. Tenho certeza que Deus olhou com carinho para nós, todos desgastados por um ano difícil, e providenciou que tudo desse certo. Ainda não consigo acreditar que encontramos tudo em boas condições e que estou num lugar bem perto do que as pessoas consideram como sendo um "paraíso".
A orla daqui é linda, cheios de prédios de frente para o mar (inclusive o nosso!!!!), água azulzinha, coqueiros na areia, o quiosque da filó e os caiçaras morenos. A praia aqui em frente ao prédio é de barranco, não permite que a gente entre muito pois afunda. Afunda tudo: a gente, a areia e os maus sentimentos. As ondas vêm fortes, carrengando tudo que nos faz mal, para bem longe.
Mas descobrimos, no mesmo dia em que chegamos, uma outra praia a 5 minutos à pé daqui, e esta carrega na essência o nome que lhe deram: prainha; praia pequena, calma, com poucas ondas, mas cheia de gente (e de água viva!). O sol da prainha brilha mais forte, a areia esquenta mais rápido, a praia fica tomada por guarda-sois (e por água viva depois das 2 da tarde!!!). A água, sem ondas, ameniza a dor, a queimadura do sol e as feridas internas e externas. O sorrisão largo do moço moreno do quiosque faz a gente esquecer que um dia o coração doeu, faz a gente se permitir dar uma chance (pela milésima vez) ao amor. Nunca esquecerei-me deste sorriso, tão grande e sincero, e das palavras que o Rafael me dirigiu, algumas engraçadas, outras profissionais, algumas filosóficas e todas inesquecíveis.
O litoral guarda em sua essência uma magia única, não é algo que se pode ver ou tocar, é algo inerente ao local. Algo que faz a gente sair daqui e viajar longas horas, algo que faz a gente não ter vontade de voltar pra vida real, algo que nos faz desejar perder o idolatrado branco-vestibular para tentar chegar perto do moreno-caiçara e que faz a gente querer trazer na bagagem a areia e o sal do litoral.

Aprendi à duras penas nestas minhas andanças pela vida que, independentemente de onde a gente for, teremos vontade de trazer pelo menos uma coisa deste lugar junto com a gente e que vamos nos desesperar no dia antes da partida quando nos dermos conta de que não poderemos trazer. O que quero dizer é que até dá para trazer fotografias, quadros, canecas, enfeites e tal, mas não se pode trazer a sensação de estar lá, não se pode trazer a brisa, o barulho das ondas, o sorriso do moço, a piscina do prédio, o quiosque da filó, a areia quente da praia, a água cheia de sal e centenas de outras coisas que fazem com que aquele lugar seja especial.
Um dos truques de mágica do litoral, com certeza, é que as coisas tão próprias dele nós não podemos trazer, apenas podemos lembrar e sentir vontade de voltar.. E não só no litoral, em qualquer lugar que vamos, por pior que seja, queremos trazer algo "próprio" daquele lugar e, o que muitas vezes esquecemos, é que se pudéssemos trazer tudo, o lugar em questão perderia a magia, perderia a sua essência. Não teria graça ter tudo que há lá, aqui. Qual o sentido de viajar horas e hora para ver o mesmo que tem aqui? O sentido é ver coisa nova, gente nova, sensações novas, cheiros novos, tudo novo.
A saudade que invitávelmente dá, a vontade de voltar, tudo isto acontece em decorrência do fato de não podermos trazer essas coisas para a nossa casa; queremos sentir de novo, queremos encontrar o litoral como deixamos. Se é possível? Claro que é. Acredito piamente que no próximo verão, quando eu estiver novamente esgotada de provas, trabalhos, amores e problemas, o mar está lá, imenso e de braços abertos, para me receber e curar de novo as minhas feridas. Acredito na força de uma viagem para nos renovar. Acredito na força do mar curando a ferida.
Tem coisa que infelizmente não sobem a serra e realmente entendi isto nesta viagem, mas que dá uma vontade louca de voltar para trazer um pouquinho, ah, como dá.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Coisa de Litoral.

Mala cheia, cabeça exausta, cansaço de um ano de trabalho. Parece até clichê, mas na mala, além das roupas, vão as muitas preocupações, as tristezas e as incertezas; vão para não voltar mais. São essas coisas que matam a gente aos poucos, não deixam que a gente seja totalmente livre como pássaros.
O passado nos prende. Os laços afetivos nos prendem. As preocupações com o futuro nos prendem. As frustações nos prendem. E prende à quê? Nos prende a dar um passo adiante, entrar ali no mar e deixar que a onda leve embora. Já reparam que quanto mais a gente odeia uma coisa mais dificuldade tem de se separar dela? É que não é bem odiar.. a gente só queria que fosse diferente, mas ja que não é tenta se conformar com o que tem. Esta é uma das grandes armadilhas/encruzilhadas da vida: somos tão apegados com o que temos que não conseguimos dar dois passos à frente.
Contudo, chega uma hora que não dá mais. Não dá mais para suportar. É falsidade por todo lado, mentira, desaforo, indireta, falta de caráter que por mais que a gente seja apegado, por mais que o laço seja forte é hora de afrouxar.

Tira a roupa. Tira tudo que te faz mal. Tira esta falsidade que está impregnada ao corpo. Arranca a pele até não sobrar resquícios deste teu desalento.
Entra no mar. Lava o teu corpo com água limpa, é vida nova.
Põe roupa de litoral, deixa a pele torrar no sol, pra cicatrizar.

Deixei tudo pra trás, metade coloquei fogo, metade joguei pra bem longe no meio do mar.
Não quero mais. Não posso mais. Não aguento mais.
Não quero perto de mim coisas e pessoas que emanem energia ruim, falsidade, mentira ou inveja. Aqui vale a lei do "antes só do que mal acompanhada".
Lá no litoral eu soltei o laço, não quero mais ficar amarrado ao que me faz mal.
Sou sagitariana, preciso ser livre. Preciso ter uma imensidão azul pra olhar de manhã. Preciso saber que vou ter pra onde correr quando eu precisar.
Não me prenda. Não seja falso(a). Sorria de verdade enquanto joga conversa fora; é aqui que você me ganha.
Ando sem destino, sem rumo, sem ninguém. Carrego meu sorriso no rosto e algumas marcas que a vida me deixou. Sem bolsa, sem mala, com a roupa do corpo.
O mar me deu forças para vencer meu desalento.
Nunca teste um(a) sagitariano(a) porque quando ele(a) ressurge, nada fica de pé.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Como é bom voltar ao litoral.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O trabalho.

Escreve. Edita. Corta pedaços. Tira palavras. Põe Palavras.
Ritmo Frenético. Escreve até passar a vontade. Despeja palavras. Joga fora o que machuca e o que sufoca.
Chora. Sente Raiva. Sente Amor. Tudo outra vez, só que em palavras.
Promete que vai ser a última vez que vai sentir; nunca é.
Escreve esperando que lê; nunca sabe se leu.
Verifica tudo antes de publicar, procura erros onde não tem. Esquece de corrigir os erros óbvios.
Palavras às vezes são espinhos, às vezes flores. Tudo depende do que você vê, ou lê, no caso.
O trabalho é este, mais simples ou mais difícil que parece. Tem que gostar e não ligar; são as suas palavras.
Se der problema, volta para o começo; revisa. Se não gostar, apaga tudo e começa de novo. Procura perfeição onde não é possível ter.
Organiza pensamentos e traduz em palavras; sempre funciona.
Descarrega o peso. Coloca em palavras o que ta aí dentro.
Se der saudade, relê o texto depois de publicado.
Se der raiva, relê ou finge que não escreveu.
Texto publicado é memória guardada para a posteridade.
Sobra palavras e falta tempo.
Falta sono e sobra uma vontade louca de escrever no silêncio da madrugada.
Que nada te perturbe, ou te distraia, enquanto escreves.
Trabalho que exige concentração e coragem - pois são poucos os que estão dispostos a revelarem o que realmente sentem.
Se for corajoso, bem vindo ao meu mundo.
Se não for, meus pêsames, não sabe o que perde.
Se é só euforia, não sei o que dizer, só escrevo sem sentido algum.
Se tem sentido, o trabalho é ainda maior e mais exigente.
Como diria Clarice Lispector, é salvação e maldição. Salva do peso de guardar tanta coisa. Maldição porque vicia e não há como parar.
Inspiração às vezes vem do nada e às vezes não vem de jeito nenhum. Há dias bons e dias ruins para este trabalho.
Tem dias que confunde e tem dias que clareia.
Gosto deste trabalho. Sinto prazer em fazê-lo, em despejar em palavras, cruéis ou dóceis, aquilo que sinto.
Aqui, não importa a opinião do examinador, apenas a minha, soberana em pelo menos algum lugar.
Mando e desmando. Invento. Crio. Volto ao começo. Sem precisar de lógica ou de motivo, vou escrevendo. Enquanto houver sentimentos me esmagando por dentro - creio que isto persistirá por todo o sempre - estarei aqui. Se falta tempo, arrumo. Se falta inspiração, vivo. Quando vivo demais, escrevo. Um ciclo vicioso, sem fim.
Amo estar aqui e se um dia algo não me permitir mais estar aqui quando eu quiser, quando der saudade, quando a dor sufocar ou quando eu, simplesmente, precisar escrever sobre nada, sentirei-me arrasada.
Meu blog, meu fiel companheiro. Teorias dinâmicas nunca me faltaram. A cada dia, uma loucura. A cada loucura, um texto novo no blog. Sem pressa. Sem pressão. Sem examinador. Sem veredictos.
Aqui há apenas eu, minhas palavras, um bom editor de textos e um blog repleto das minhas memórias.
Nada profissional ou grandioso, apenas meu.
Meu querido blog, que há 5 anos me faz mais feliz. Que há 5 anos escuta minhas conversas fiadas. Não sei se as entende, mas escuta e me deixa falar. Simplesmente perfeito.