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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Primeiro semestre

Muita coisa mudou na minha vida em 6 meses.
Entrei pra faculdade, fui cursar o que eu sempre quis.
Fui morar sozinha, fazer minha própria comida, lavar minha própria roupa, lidar com meus próprios problemas.
Há quem diga, e a maioria diz, que vida universitária é só farra. Bom, depende do seu ponto de vista. Se tem festa? claro que tem! E open bar, das melhores! Mas o que não está nas redes sociais e nas rodinhas de conversa, é os artigos decorados, os estudos, as pesquisas, a lei no caso concreto; são essas as coisas que mudam a vida de quem cursa Direito.
O curso de Direito humaniza muito, coloca o estudante frente a frente com a realidade da maioria da população e tira do mundinho cor-de-rosa. Uma vez, numa feira de profissões, um tal Pedro me disse que "o Direito é apaixonante, é impossível começar e não gostar" e hoje estou aqui, confirmando isso. Há aulas que a gente tem vontade de sair correndo mesmo, nem sempre dá pra concordar com o Senhor Doutor que está lá na frente, mas o segredo é encontrar em cada aula, em cada frase de efeito, em cada ato jurídico o motivo que te levou a estar cursando aquele curso e ver que é por este motivo que você está ali. Tenho descoberto a cada dia a minha vocação e vendo que o motivo que me levou a estar ali é realmente tangível. Sou fã do Direito e tenho a Justiça como ideal maior, ainda que esta seja, muitas vezes, cruel ou tardia.
Encontrei na Faculdade de Direito de Franca o motivo pelo qual sempre quis lutar. Encontrei, lá no brejão, pessoas querendo lutar comigo, abraçar a mesma causa que a minha. Confesso que lá na cidade grande as coisas são diferentes, e beem diferentes, mas encontrei o terreno ideal para lutar pelos meus sonhos e encontrar um caminho para a minha vida.
Se teve confusão? Claro. Já viram Maria Olívia não estar metida em apuros?! Mas aprendi que há coisas pelas quais se deve realmente lutar, como direitos humanos, mas têm coisas, tipo homem, que é melhor deixar a vida decidir o que é melhor pra gente. Confesso que, apesar dos pesares, é bom estar, finalmente, aberta à "vida". É uma questão de, finalmente, poder escolher o que eu quero, como eu quero. É uma sensação de liberdade pois finalmente me colocaram no mundão de meu Deus pra eu procurar alguém que ao menos tenha o mesmo o ideal que o meu e que de alguma forma, seja o ideal pra mim. Agora sou eu, não tem ninguém decidindo por mim. E que os anjos de Deus me abençoem!
Essa coisa de ter que decidir tudo nem sempre é fácil. É um peso bem grande. Mas é assim que a gente aprende a viver. Aprende a viver longe da família, longe dos amigos de infância, longe do mundinho rio pardense (uma cabana de zinco e sarrafos coberta por uma redoma de vidro). Me julgam pois "blah, a faculdade te mudou" e olha, mudou mesmo. Nunca, há seis meses, um ano atrás, imaginava que eu estaria assim: controlando cada centavo da minha mesada (que antes eu nem tinha), fazendo minha própria comida, lavando minha própria roupa, chegando sozinha em casa, indo à pé para todos os lados da cidade, indo numa eucaristia sem salto. A faculdade me mudou mesmo e tenho muito orgulho disso. Estou me tornando quem eu sempre quis ser e não digo isso pelas festas open bar ou por qualquer outra coisa, mas é o Direito o responsável por tudo isso, é o responsável por me tirar da redoma de vidro e me fazer enxergar com nitidez, pela primeira vez na vida, como as coisas são de fato.
Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Amanhã começa um novo semestre; é hora de voltar. E que os anjos digam amém!

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