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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Desejos para 2012!

1-Paz, saúde, amor e harmonia
2-Que meu pai reconheça seus erros e pare de brigar
3-Não quebrar minha aliança
4-Estudar mais física
5-Parar de reclamar da escola
6-Passar no vestibular (USP!)
7-Despojar 3 vezes
8-Reclamar menos e fazer mais
9-Que eu consiga conversar com a minha mãe
10-Fazer todos os exercícios de geometria da apostila
11-Faltar menos do Caminho
12-Dormir menos nas aulas
13-Ganhar um beijo do Anísio
14-Não acumular web lessons
15-Sair toda semana
16-Trabalhar
17-Ir em festas
18-Que minhas unhas não quebrem tanto
19-Comprar a discografia do Muse
20-Que eu nunca desista dos meus sonhos

Essa é só mais uma lista de coisas que eu gostaria que acontecesse. Sei que algumas coisas serão difíceis pra cumprir (quase todas!), mas não custa tentar. Espero que o ano novo traga mais emoções ainda, muito amor, sucesso e paz para todos nós!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Resumindo 2011...

Em 2011 muitas coisas aconteceram e mudaram minha vida completamente. Me ausentei no blog pra estudar e namorar, me envergonho um pouco de ter deixado o blog em segundo plano mas me orgulho de ter vivido mais. Foi um ano louco. Às vezes passou rápido. Às vezes foi tão devagar. Vou contar um pouco do meu ano agora.
Fui pra Bertioga em Janeiro e não vi surfistas, só McDonald's. Mudei de escola, fui para o Ensino Médio. Morri de estudar, fiquei com raiva de física, fiquei com raiva da escola nova, quis mudar de escola mas não mudei. Fiz um milhão de provas, passei de semestre, de ano e recebi homenagem por ser melhor aluna da classe. Fui pro evento da Unicamp, amei o laboratório de química, descobri que amo química, descobri que amo o Anísio, pensei em prestar química, não prestei nada e já desisti de química pra continuar querendo direito.
Namorei o ano inteiro com o Filipe. Saimos toda semana, comemos batata, briguei com meu pai, com meus amigos, fiz 16 anos e ganhei uma aliança. Descobri que adoro abraços e me apaixono por sorrisos e então troquei a foto do meu celular.
Minha turma de amigos se separou, fiquei perdida entre eles. Fiz pouco amigos na escola nova e descobri as melhores amizades do mundo no Caminho. Fizemos pizzada, churrasco, pizzada de novo e amigo secreto. Jogamos porco e não perdi. Me queimei inteirinha de Sol. Tomei Sol de camiseta e short e tive que ir pra formatura do namorado com o corpo inteiro descascado.
Fiz o primeiro escrutínio, dei muita risada com os catecúmenos, morri de sono quando não podia (na aula e na igreja). Fui pra São Carlos encontrar com o padre Joaquim e depois fui pra Estiva Gerbi sem saber o que esperar. Cantei a viagem inteira, cantamos até o que não podia. Tiramos fotos, perdi as pilhas da câmera mas logo depois achei. Também cantamos "olhai os lírios do campo" toda semana desde agosto e eu ainda continuo só olhando. Preparei eucaristia dezenas de vezes, fui sorteada duas vezes pra fazer o ambiental. Morri de vergonha, gaguejei e até ri, mas no final tudo sempre dá certo.
Esse é o espírito de estar vivo: a gente faz um monte de coisas, umas certas e outras erradas. Às vezes a gente reconhece o erro vai lá e concerta; outras vezes achamos que estamos tão certo - e na verdade estamos enganados - que sequer admitimos o erro.
Já eu prefiro achar que nem sempre a gente aceita e tem a obrigação de fazer isso, pois a vida é um aprendizado constante. Se errarmos, não vamos morrer por isso. Acredito mesmo é que a gente tem que viver sempre de cabeça erguida, tomando nossas decisões e seguindo nossos caminhos porque no final sempre, de alguma forma, as coisas vão se acertar, talvez não da forma que a gente imaginou, talvez a gente receba até mais do que pedimos. Mas, para isso, é necessário que a gente não deixe de aproveitar nenhum segundo e fazer nossas vidas valerem a pena.
Que 2012 seja realmente muito melhor que 2011 foi e que as coisas continuem dando certo. Só não se esqueça de amar, rezar, cantar, dançar na chuva, rir, estudar, tirar foto, passear, ir pra praia, escrever e continuar acreditando em si mesmo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Acho que é meio sobre como me sinto.

Tenho evitado escrever sobre isso há algum bom tempo, mas na verdade penso sobre os mil motivos e consequências dessa história a todo momento. Acho melhor eu ser clara de uma vez e dar as cartas do jogo porque quando há muitos rodeios, a gente perde o foco.
De um ano pra cá  muita coisa mudou na minha vida, e isso transparece em meu rosto. Fazer festa de quinze anos é uma coisa, só que vivê-los é outra. Não digo que foi ruim, pelo contrário, foi surpreendentemente positivo em alguns aspectos (os quais direi na minha santa retrospectiva de todo ano), mas, por outro triste lado, vivi coisas ruins que nunca esperei.
Todos nós temos o defeito de acreditar muito nas pessoas e dar a elas nossa confiança. Isso é normal e é uma coisa que adquirimos com o tempo. O único problema, é que todo exagero leva à abusos. Prefiro chamar esses abusos de decepções; a pior coisa, depois da saudade, é a gente se sentir decepcionado com nós mesmos por ter se confiado em quem não merecia sua confiança.
Eu espero demais das pessoas e nem sempre elas corresponde às minhas expectativas. Muitas vezes me passo por uma pessoa fria e antipática, o que é a pior interpretação sobre mim. Sou fraca. Sou frágil. Sou carente. Sou sonhadora. Sou chorona pra caramba. Sei que tenho me calado muito e meu silêncio é tão frio quanto a neve. Mas pro trás disso ainda tem uma menina que gosta de papais noéis de pelúcia, de carinhos e demostrações de afeto.
Não sei se chega a ser exagero meu, mas as vezes sinto que sou deixada de lado porque gosto de amor e carinho. Eu acredito tanto em amor assim ou é o mundo que se tornou frio e antipático?
Quando eu espero demais e não recebo, me sinto decepcionada por ter esperado tanto. Posso transparecer o contrário, mas no fundo eu esperei até o último segundo. E não foi como eu esperava porque queria ter tido mais apoio, mais conversas, mais demostrações de amor.
Tenho certeza de que quando a gente gosta muito de alguém, seja o namorado, família ou amigos, a gente faz questão de demostrar o que sente, porque temos que passar para o outro o amor que sentimos. Eu sei que eu tenho muito isso do meu namorado, mais ainda há alguns buracos que estão abertos há tantos anos. Sinto falta de sentar no sofá do lado da minha mãe e poder conversar com ela sem que na segunda palavra ela já esteja nervosa por alguma coisa. Sinto falta de quando meu pai ficava todo orgulhoso de mim por qualquer elogio que tenha ganhado na escola. Sinto falta de poder ter meus amigos por perto sem que haja clima de confusão ou de acusação.
Deus existe e ele há de mostrar um caminho melhor ou uma solução. Não sei vocês, mas eu sinto falta da turma. O tempo dirá qual é a melhor saída, mas ainda assim queria ter vocês por perto. Sei que não é pedir demais, por isso venho aqui pedir. Não cobro respostas, muito menos ações, porque acredito que a vida (e principalmente Deus) nos surpreende se a gente deixar ela agir.
A verdade é que muitos anos se passaram e todo mundo ficou mais velho. Ninguém mais é o mesmo de 5 ou 6 anos atrás, porque muitas coisas boas e ruins aconteceram nesse tempo. Só que o que as vezes esquecemos é a nossa essência, o nosso caráter, mas para isso, pode passar o tempo que for porque o que somos de verdade nunca desaparece ou morre. Basta sobreviver as decepções e continuar vivendo, porque uma hora as coisas se ajeitam nós conseguimos coisas que sempre duvidamos ter.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Sobreviver ao caos é o mais difícil. Mas a gente consegue sim.
Não ouse desistir de tudo que você sonhou ;)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O tempo passou e não desisti de estar aqui.

Tem uma frase, que gosto muito, de "Lua Nova", que diz: "O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível  Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como o sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa." Há pouco relia meu arquivo de textos do blog. Relembrei cada motivo que me fez escrever tantas vezes. Relembrei do meu passado de glórias e de algumas tristezas. Vejo que nesse tempo em que escrevo aqui eu pude me conhecer melhor porque quando escolho uma palavra ou uma expressão para colocar no texto consigo escrever exatamente aquilo que se passa na minha mente mas não é dito. Meu Teorias Dinâmicas é meu maior aliado na luta que travo contra mim mesma, pois não há nada pior que perder para si mesma.
É incrível que nos meus textos posso encontrar conselhos que não dei pra mim; quantas vezes disse coisas boas que depois esqueci de usar para mim. Não digo burra, mas tenho mente fechada. Já deixei de contar as vezes que me dei mal porque esqueci o que disse pra mim mesma: enquanto você chora, a vida acontece. E tem umas coisas que a gente não pode esquecer nunca, porque depois faz falta. Tem coisas que se você não colocar na cabeça por bem, a vida te ensina por mal.
Esse ano estive um pouco mais ausente. Acho que dá pra ter uma ideia quando você lê os textos desse ano. Acontece que pude encontrar respostas para muitas das minhas dúvidas durante esse ano que já está terminando. Uma fase nova começou pra mim e por isso tive que estar mais atenta, estudar mais, amar mais, viver mais. Porém, nunca me passou pela cabeça desistir, porque quando a gente desiste de uma coisa que gosta, estamos desistindo de lutar por nós mesmos e por aquilo que sempre sonhamos ser/ter.
Acho que sou, ou pelo menos fui, uma pessoa bem criativa. Tentei fugir dos padrões e não escrever de amor, mas na maioria das vezes eu não consegui porque foi mais forte e não pude controlar meus dedos - nem a mente e o coração. Tentei falar de política, de filosofia, de anjo, fazer piadinha, contar histórias medievais.. E o que, afinal, deu certo? nada? tudo? um pouco? Não sei, não há como saber porque no fundo mesmo a gente só sabe das coisas quando elas acabam e posso levar como for, aos socos, aos trancos, mas sou incapaz de deixar meu blog porque aqui está uma parte da minha história que eu mesma escrevi. Teorias Dinâmicas é uma obra realmente minha, uma coisa da qual eu me orgulho de ter. Quando quero saber de mim, como estou, venho pra cá. Quando quero saber o que eu acho sobre qualquer coisa, também venho pra cá. Entende agora porque eu não posso parar de escrever? Porque se um dia parar, não saberei nem mais quem sou.


Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Nunca desista daquilo que você acha que é certo.


PS: domingo fará TRÊS ANOS do dia que criei o blog e escrevi aqui meu primeiro texto. É motivo de festa pois três anos é muito tempo e, logo, muitos textos que foram escritos e que serão escritos!!

domingo, 6 de novembro de 2011

Qualquer pessoa que tem um dom, ou suspeita que tem um dom, tem, na minha opinião, obrigação moral de usá-lo para a evolução da humanidade.
Acha besteira? Imagina se o Paul McCartney tivesse preguiça de tocar e virasse bancário? Ou se o Stevie Wonder ficasse vivendo de pensão.
Cada vez mais claro que a gente fabrica a realidade que a gente quer através do pensamento.

Lucas Silveira


terça-feira, 1 de novembro de 2011

A história da Jane.

No subúrbio de São Paulo se encontra Jane, uma garota que já passou a adolescência e é conhecida por seu aspecto mórbido. Possui a pele clara, os olhos fundos e os cabelos displicente; não tem amigos além de Márcio. A maior paixão da menina sempre foi escrever e ler poesias, pois ela as achava tão lindas que quando as lia tinha a impressão que também poderia viver assim.
Márcio, que já era jovem há algum tempo, era garoto loiro de olhos verdade. Sua aparência séria escondia sua personalidade doce e terna; era um verdadeiro romântico. Tinha a amizade de Jane desde sempre, uma vez que seus pais se conheciam. Era, para ambos, uma amizade completamente diferente das poucas outras que tinham, pois sabiam que a qualquer momento poderiam deixar a realidade e embarcar no mundo mágico da poesia.
Nem preciso dizer que a amizade se transformou em amor.
(...)
Me poupo dos comentários sobre amor, pois falar de Jane e Márcio não é simplesmente falar em amor, é falar em poesias. Estas que, como sabemos, são mais complexas e possuem mais significados do que possamos imaginar. Não era a história do Tomás e da Marília que apesar de palavras belas acabou em exilo. Era Márcio e Jane, completamente fora do normal e do comum.
(...)
Até que, envolvidos em tantas histórias, a menina dos sonhos é presa em um desses contos de terror e mistério, que a gente sabe que no fundo não é real, mas apesar disso acreditamos em qualquer monstro que o autor coloca para nos enganar. E como ficou-se sabendo mais tarde, Jane trocou as poesias árcades e românticas de Márcio pelas histórias de terror de outro livro. A garota numa mais apareceu; ficou presa em sua própria fantasia. O rapaz hoje conta histórias de amor épico para jovens, pois acredita que ao fazer isso evitará que outras meninas morram em suas própria fantasia. Foi a forma mais sublime e poética que Márcio encontrou para ter sempre a presença de Jane em sua vida.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Tem metáfora, mas me parece bem real.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sobre anjos.

Desde pequena minha mãe me ensinou que toda noite eu deveria rezar para o meu anjo antes de dormir, para que ele me protegesse. Eu sempre fiz isso e se tornou um hábito, porque acreditava que assim alguém não me deixaria cair da bicicleta.
Hoje, prestes a completar 16 anos, rezo para o meu anjo todos os dias antes de dormir, só que ao contrário de anos atrás hoje sei que os anjos realmente existem. Foi com o passar do tempo e com a experiência de ter Deus na minha vida que passei a acreditar que anjos não são fantasmas ou espírito que a gente não vê e sim que são pessoas reais que estão a nossa volta nos protegendo de verdade. Acredito muito nisso. Deus escolhe as pessoas certas, na hora certa e no lugar certo; são nossos anjos, não tem outra explicação.
Já parou para pensar em quantas vezes você esteve prestes a tomar decisões equivocadas e na última hora mudou tudo e deu certo? Ou em quantas vezes você poderia ter se arrebentado ao cair da bicicleta e tudo não passou de um arranhão? Pois é, isso foi o seu anjo te protegendo. Se você ainda não estiver acreditando em mim que os anjos existem e são reais, pense em quantas vezes você se sentiu triste e abatido e alguém te fez sorrir. Foi o seu anjo também.
Deus faz as coisas tão certas que coloca na nossa vida pessoas que nos protegem o tempo todo de coisas ruins. São pessoas que por mais que você desconfie que não, são anjos na forma mais sublime. São os anjos que querem o nosso bem, que nos amam e que conseguem tirar sorrisos da gente mesmo quando tudo parece perdido. Eles nos salvam de nós mesmos!
Então qual é o motivo para não querer ter um anjo ou ser o anjo da vida de alguém?
Só precisamos admitir que para conseguir um, é preciso amolecer o coração e se dar uma chance viver plenamente, porque se não lutamos para merecer o amor de um anjo, nunca o teremos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
1-escrever faz bem
2-acreditar em anjos também faz bem
3-ir bem na escola também faz bem
4-acreditar em amor também faz bem

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Depois dos 15.

Me lembro que, há cerca de um ano atrás, me preparava pra fazer meus 15 anos. E além de festa e prestígio, isso envolve tantas coisas que sempre passam despercebidas, tais como: a magia por detrás do vestido rosa de princesa e o desejo por uma vida realmente nova. Estou dizendo por mim, passei muito bem por isso, tive o melhor dia da minha vida, tão forte, tão lindo e pra sempre inesquecível.
É um brilho no olhar da gente diferente, meio tímido, sapeca e desbravador; aquele de quem quer olhar cada pedacinho à sua volta e registrar cada detalhe, pra nunca esquecer. A gente se sente amada por tanta gente e vê todo mundo ali, encorajando e rindo junto. A roupa é perfeita, o cabelo e a maquiagem então estão impecáveis. Não há salto alto que atrapalhe!
Sonhar é isso: passar uma vida inteira querendo alguma coisa, lutar e brigar muito por isso e no final a gente consegue. E quando o relógio dá as doze badaladas, dá pra saber que chegou a hora. É mais que dançar uma música bonita com vestido de princesa; é se sentir criança e jovem ao mesmo tempo, afinal, quem nunca, mesmo depois dos 15, deixou de chorar com uma lembrança da infância? E neste dia, o conto de fadas acontece da forma mais sublime. É o seu dia, garota!
Esse dia é o marco da sua vida em antes e depois. Nunca mais será como antes, porque agora você tem 15 anos. Agora você vai começar a viver de verdade, vai conhecer o bem, o mal e o amor. E vai ver que alguns sonhos vão ficando para traz para chegar a realidade cruel.
Não é mistério, é magia. E como toda boa magia, o encanto passa. Depois de algum tempo, depois de tantos sofrimentos, a gente é até capaz de esquecer que um dia teve a melhor noite da sua vida e que foi justamente neste dia que você foi capaz de ser feliz. Isso está errado. Esquecer a felicidade é o ponto crucial do suicídio e da tristeza.
Depois dos 15 é que a gente começa a viver de verdade, encarar a realidade e ver que a noite de conto de fadas nunca mais se repetirá. Por mais que doa, nós todos sabemos que isso é verdade. Por mais que a felicidade seja meu maior desejo, é difícil te-la quando temos que caminhar com as próprias pernas.
Preciso me escorar em alguma coisa, ou melhor, em alguém. Não dá pra enfrentar uma caminhada tão árdua essa sem ajuda e companhia. É insuportável a dor de se sentir sozinho.
Depois dos 15 a gente também descobre que é a carente, pegajosa, idiota e boba. Exatamente as coisas que achou que nunca ia ser. Agora é. A descoberta dessa nova vida de poesias também pode ser atrativa, mas nunca se descuidando que na via real as poesias, por seu caráter sonhador, podem ser perigosas e nos enganar.
Por mais que reclame, tenho amigos. Por mais que fique brava às vezes, tenho o meu bobo comigo. Quando olho para traz e analiso cada sonho, cada promessa e cada sentido por detrás das metáforas dos 15 anos, sinto que estou no caminho certo, que busco meus objetivos bravamente, que por mais que reclame sei que meus amores nunca me deixarão sozinha e sei que, quem sabe daqui a mais 15 anos, eu ainda esteja aqui para contar como tudo aconteceu na minha vida e sobre como eu realizei todos os meus sonhos da melhor noite e da melhor idade da minha vida.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
1- faço 16 mês que vem e já estou com dificuldades para me separar dos 15
2-tô mais animada com escrever no blog
3-estou indo bem na escola
4-continuo sendo a mesma idiota
5-só que agora estou mais completa s2

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Não sei lidar.

Do alto dos meus 15 anos, vim me esconder no meu blog. Aprendi tantas coisas esse ano, e quando me perco, me encontro aqui. É a minha tv. Não consigo sair dela.
Eu sei que vai doer em mim. Alguns amigos apenas sumiram. São como estrelas, que quando morrem, deixam de brilhar e se apagam. Todo dia quando subo as escadas do meu Ensino Médio me sinto a pessoa mais solitária do mundo. Eu tenho certeza que depois de três anos passa. Eu sei que é difícil, só não esperava que seria tão cruel assim. Eu sei e sou a primeira a dizer que temos que lutar muito por nossos sonhos e objetivos, mas meus sonho de USP tá sendo caro, cruel e masoquista. E isso amarra o cérebro mais que qualquer equação trigonométrica; é cansativo, doloroso.
Tem dias na vida que tudo dá errado. Não falo de quando a gente muda os planos ou as idéias, mas sim quando tudo já está fudido mesmo e não tem como se salvar. Parece que é hoje. Também não digo que é aqueles dias que dá vontade de chorar, porque já não choro mais. É meio que uma sensação de ser a pessoa mais errada do mundo, de não conseguir fazer nada certo. E doí demais.
Quando eu penso que nada mais me surpreende e que já superei, levo outro tombo feio da vida.

Não sei mais escrever
Não sei lidar com a vida
Só sei amolecer o coração de um jeito:
Do seu jeito

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Também não sei esperar o tempo passar e melhorar coisas. Sou muito afobada, Deus!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sobre os anjos

Sim, tenho estado ausente. Não porque quero, porque me faltam palavras para descrever tudo que sinto. Têm sido muito intenso. Tenho vivido demais. Vivo o ápice do tal momento em que outrora escrevera aqui. Sim, as coisas tem se realizado. Não do jeito que quero e nem com a mesma frequência, mas tem dado certo. E sim, é preciso ter fé.
Acredito que quando nascemos estamos condenados à vida. Condenados sim, mas Deus dá anjos para aqueles que têm fé. E eu, ganhei os melhores anjos. Sim, Deus assusta, mas no momento certo prova que sempre esteve certo.
Não é tão fácil assim ter anjos; é preciso conquistá-los. Se acreditamos, existem; se não cremos, nunca os teremos. Por muito tempo eu fingi que acreditava, vivi enganada. Quando voltei a realidade e passei a viver, os anjos vieram, me salvaram de mim mesma e me levaram a onde todos, no fundo, querem ir.
O melhor da história é que vieram disfarçados para que eu não os pudesse reconhecer imediatamente. Hoje já os reconheço, porque entraram definitivamente em minha vida.

Vens, anjo meu, que te espero aqui
Vens anjo, que então nos dançaremos
Vens anjo meu, que já é hora de virdes
Não tenhas medo anjo, sempre estarei contigo

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Escrever aqui me faz tão bem, porque por mais que me contenha, consigo descarregar nas palavras o pesar dos sentimentos.

terça-feira, 5 de julho de 2011

É chegada a hora da redenção.

Eu me rendo. Abro meus braços. Desisti de tentar impedir. Quero ver acontecer.
Eu me rendo. Não mais serei contra. Seguirei talvez pelo Sul. Cansei de não ser eu.
Eu me rendo. Quero saber mais. Quero agora. Não vou esperar. Não, não mais.
Eu me rendo. Quatro sílabas e eu serei sua.

Eu me rendi. Me rendi há tanto tempo.
Eu me rendi. Me rendi ao improvável. Me rendi ao teu cheiro doce.
Eu me rendi. Me rendi aos meus ideais socialistas. Me rendi aos teus encantos.
Eu me rendi. Me rendi porque cansei de viver chorando sozinha.

Hoje, aqui, assumo publicamente a minha redenção. Digo, perante aos meus instintos tão antes afagados, que estou rendida à coisa mais pura que possa existir. Não só proclamo quanto afirmo que se antes escondi é pelo medo natural que todos temos. Agora, não que não me sinta mais acanhada, me sinto totalmente envergonhada de não ter dito antes.
Só Deus sabe o quão predestinadamente procurei. Procurei e não encontrei. Depois cansei de procurar. Até que quando desisti de procurar, encontrei. E esteve do meu lado o tempo inteiro ..
Chegado então o dia de hoje, cujos detalhes deste tempo de medo serão por hora omitidos, ainda receio perder. Sim, me apeguei tanto que não posso mais devolver. Me rendi para que chamasse de meu. Me orgulho tanto disso!
Por enquanto, não darei mais detalhes de motivos, razões, ações nem coisas do tipo que me trouxeram até aqui. A gente não pode se deixar atropelar as coisas, não por medo de perder. Temos que seguir os instintos e o coração, mas nunca passando pelo nossos princípios. Nenhuma redenção tem validade se a gente não estiver realmente disposto a se render! ;)


Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Passei de semestre, sem recuperação! Férias, finalmente!!!

"Como as estações, as pessoas tem habilidade para mudar. Não acontece com frequência, mas quando acontece, quase sempre dá certo. Às vezes pode se emendar o que se quebra. O inteiro precisa ser quebrado para se reconstruir. Às vezes, é preciso se abrir e deixar novas pessoas entrarem, mas na maiora das vezes, é preciso só de uma pessoa que tema demonstrar seus sentimentos com uma oportunidade que ela jamais julgaria possível. E algumas coisas não mudam nunca. Deixe um novo jogo começar." Gossip Girl - 2ª temporada

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Coisa de louco.

A gente se vê fazendo coisas que jurava que nunca na vida ia fazer. Que não ia amar de novo, que não ia escrever, que não ia se importar e que ia ter calma. Foi como se atirar em um mar profundo sem bóias. É a fuga de quem quer ter provas que o que ficou no passado foi ruim e o que importa é agora. É um suicídio já começando errado. Mas na hora de viver, ninguém se importa com o que foi dito por teoria. Nem eu.
O corpo é cercado de feridas. São feridas feias, frias e inacabadas que estão presentes o tempo todo. No começo, até acreditava que um dia elas sumiriam. Mas não, me enganei, elas sempre estiveram lá. Não há como tatuar desenhos bonitos por cima ou usar uma blusa para encobrir; elas precisam estar lá para que toda vez que você as sinta arder lembre-se do motivo pelo qual estão lá. Se não lembrou de esquecer, é porque sempre pensou. Se tentou apagar, é porque ainda dói demais.
Mas agora não há como fechar completamente esses furos na pele. Começou uma nova história, há tanto tempo. Começou até que diferente, talvez até mais certa, porém com uma dose de perigo a mais. E foi aí que o blog ficou em segundo plano, porque tem um pensamento a mais que não sai da minha mente. Um pensamento absurdamente idiota e bobo. Não sei mais como descrever, não aprendi a entender e não me arrisco porque tenho medo! Por enquanto, só ouso em dizer que é ótimo, lindo e tudo que eu sempre quis.
Acho que acabei falando demais. De novo. Mas é isso aí mesmo.

Uma pequena nota Marô Dornellas:
Garçom, traga-me mais uma dose de perigo, e mais um papel.
PS: preciso passar de semestre
PS2: preciso resolver minha vida
PS3:preciso de uma calça nova
PS4: preciso da trilha sonora de eclipse
PS5: preciso escrever com frequência no blog
PS6:preciso ler Harry Potter
PS7: mas tudo isso tudo se anularia se ... sei lá, se pudessemos compor uma canção com o Muse.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Porque não é para entender e ponto final

Por tantas vezes estive à beira de cometer pseudos crimes para me livrar da dor de carregar a cruz. Há ausência de fogo e uma tranquilidade tão inédita que chega a ser questionável. Qualquer ardência é abafada pelo sorriso, as dores não são tão intensas como antes. Não há, então, lamúrias para escrever?
É algo tão mais complexo que perderia totalmente o real sentido se fosse explicado. Têm coisas na vida que foram feitas para não fazerem sentido. E a vida, tão irônica, não te permite entender, quanto mais tentar falar.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Às vezes dá preguiça de escrever

Tem dias que dá preguiça mesmo de viver. A gente olha pra própria vidinha mais ou menos e se pergunta: o que, diabos, eu estou fazendo aqui? A resposta, a gente não consegue dar. Mas tem dias que simplesmente não dá. Não dá pra acreditar no futuro, no presente e desconfiamos até mesmo do passado. Tem horas que a gente parece estar no meio de um pesadelo (ou no meio de um sonho bom que nunca vai se realizar). Tem dias que não dá pra acreditar que a Xuxa usa hidratante Monange, que a Gisele Bündchen usa Pantene e que a Carolina Dieckmann tem dentes sensíveis. Chega uma hora que a realidade te espreme num canto, te dá um tapa na cara e te pergunta: o que é que você está fazendo aqui?
Brena Braz

terça-feira, 19 de abril de 2011

Quando entramos em uma batalha, sabemos que temos chances iguais de ganhar ou peder. Sabemos, ainda, que não saberemos qual rumo tomar se perdermos. Também temos total convicção que se ganharmos ostentaremos tanto a honra que o ato de vencer em si se anula. Afinal, somos avisados de todas as probablilidades, temos a chance de saber tudo antes de tomar uma decisão. Mas então porque nós vamos lá e fazemos tudo ao contrário?
Não acredito na resposta "eu estava cego". Não acredito em meias verdades. E, nesse caso, não são válidos os ditados populares. Na verdade não porei na balança muito mais que insegurança e impulso.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Antologia

Estive me perguntando por qual motivo não tenho mais inspirações suficientes para escrever. O engraçado é que quanto mais vivo, menos vontade de escrever histórias fictícias tenho. Tudo o que mais almejei estes anos todos me aconteceu. Não foi de repente e não foi contra a minha vontade; eu estive tão lúcida de minhas decisões que sequer vir o tempo passar. E, dessa vez, posso dizer com toda a convicção que o tempo "voou" mesmo. É claro que continua passado com calmarias arrastas e guinada estranhas, mas, acontece que agora é suportável.
A ferida nunca mais ardeu daquela forma; sinto-a lá, para me lembrar, porém já não incomoda tanto. Não sinto mais necessidade de morrer por nada; há coisas maiores para ocupar a mente.
Já não sei se gostaria de voltar aos velhos tempos; há tantas coisas para se abrir mão agora. Sinto falta de escrever histórias, de narrá-las de um jeito que fica quase impossível de entender a metáfora, sinto falta desse mistério. Mas, o Ensino Médio condena a vida de qualquer um, tira o mundo imaginário da mente para incrustar fórmulas e palavras que você sabe que nunca vai usar. E depois do Ensino Médio, como será? Ainda terei arquivadas minhas teorias dinâmicas para publicá-las em um livro? Escreverei outras histórias? Será que um dia me sobrará algum vestígio que um dia escrevi histórias e que fiz do meu blog um refúgio?
Quero acreditar que sim. Prefiro pensar que é apenas um surto, uma falta de tempo adjunta à falta de criatividade que espero que passe quando eu menos perceber. Sim, sei que agora o mundo real tem -e precisa- se sobressair, mas aquela essência sonhadora não pode ser algo que se joga no ralo, sem pretensão de um dia ter novamente. Aquelas idealizações permanecem junto conosco por um bom tempo, até que encontramos algo muito superior para trocar. E então se torna utópico, bem maior de algo que possamos entender agora.
Tenho uma união muito forte com esse blog e se que ele foi peça fundamental de minha vida adolescente. O mistério, a liberdade, a fantasia. Criei toda uma história nova para mim, alternativas e soluções para o meus próprios problemas e saudades, e como boa criadora, acredito no poder da criação. E é justamente por isso manterei-me aqui, talvez não como antes, mas não há motivos suficientes para desistir de mim mesma.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Os mistérios de 1º de abril.

Ou sobre a continuidade das mentiras.

Irônico como a mentira - um sentimento cruel - têm um dia inteirinho dedicado a ela enquanto sua maior rival - e a mais desejada - não possui sequer referência. Dedicamos um dia inteiro de nossas vidas para brincarmos de contar mentiras-meio-verdades, aquelas que a gente morre de vontade que seja verdade, mas que no fundo não são. É outra forma que a sociedade encontra de camuflar o que mentiras mais sérias, enquanto você conta histórias, mais dinheiro é desviado. Coisas que só se veem no Brasil.
Entre mil brincadeiras encontramos milhares de formas de demonstrar implicitamente aquilo que queremos no momento. Podem não ter muito fundamente mas toda palavra tem lá sua consequência.
Acredito que teor implícito de verdade dá a emoção que induz as pessoas a contarem-as cada vez mais. Não critico, rio de algumas e caio na maioria delas. É legal para descontrair a vida que normalmente já não é brincadeira, só não podemos viver os outros 364 dias vivendo de mentiras e histórias mal terminadas.

As mentiras que todo mundo já contou em primeiro de abril:
1-A mãe de alguém muito próximo morreu
2-O professor não vai dar prova amanhã
3-Tenho um novo e lindo namorado
4-Vai ter festa hoje à noite
5-Gritar pra classe "alerta de terremoto"!
6-Que alguém que você conheçe está na televisão

terça-feira, 22 de março de 2011

Sobre as diferenças entre escrita e ação.

Escrevemos para nos livrar da raiva e da inquietude. Agimos de acordo com aquilo que pensamos e escrevemos. Nossas palavras e ações são algumas das poucas coisas que podemos chamar de "nossas". Há quem escreva o tempo todo ou escreve só para passar o tempo. Diferentemente da escrita, as ações são contínuas e não esperam seu surto de inspiração. Para os que só escrevem, está na hora de começar a agir.
Com o passar do tempo, as ideias vão se fixando e as palavras ganham um tom de seriedade que antes não possuíam. A partir daí, as meras palavras se tornam teorias, meio que uma regra que a gente mesmo inventa. São resultado de nossas expectativas, anseios e, até mesmo, da ira. São os nossos mandamentos, que fazemos questão de cumpri-los à risca, por mais desengonçados que sejam.
Porém, chega um momento em que simplesmente nos cansamos de só escrever e queremos ir em busca de provas que nossas teorias são verdadeiras. Quero um pouco de adrenalina, de perigo. E é o que tenho buscado fazer, provar as minhas teorias. Não quero transformá-las em teses com comprovações científicas, apenas ver até onde posso transformar minhas palavras em ações. Assim, me sentirei mais apta a vir aqui inventar outras teorias, pois saberei que têm um propósito e que poderei ajudar outras pessoas a encontrar fórmulas de resolução sem quebrar a cara.
E o que você faz com a SUA vida? Já parou para pensar em quanto tempo desperdiça? Você está mesmo concentrando todas as forças em buscar os seus objetivos e testar suas teorias? Avalie a sua vida, só por alguns instantes. Só não se esqueça que enquanto você toma conta da minha, a sua está jogada na sarjeta.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Faça o que eu falo, e não o que eu faço, porque às vezes eu faço tudo errado.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Backup

Tenho há três anos um computador surrado, dotado de um esturricado HD de 80gb. Ao longo desse tempo, fui baixando discos, criando músicas, fazendo inúmeras coisas até que o espaço acabou, me obrigando a fazer um backup. Por “backup” entenda-se salvar em outro lugar os arquivos que a gente não precisa mais, mas não tem coragem de deletar pra sempre. E foi aí que percebi: eu nunca fui um cara daqueles que fica pensando durante horas o que escrever. É muito mais a minha cara sentar a mão nas teclas de forma afobada e desordenada, no melhor estilo Chico Xavier. Quem acompanha meu empoeirado blog sabe muito bem disso. Eu gosto de escrever sem pensar, para refletir depois, quando já estiver publicado. Já cansei de vasculhar os arquivos antigos e, por meio dos meus textos, revisar cada segundo de um passado que eu poderia ter esquecido. Minha mente se preocupa com cada vez mais coisas, e eu preciso de um backup. Por isso vejo na escrita a solução. Ela é meu backup. É como se eu tirasse da cabeça um momento, uma história, assim abrindo espaço para muitos outros momentos, mais intensos e melhores do que os antigos. E, se minhas sinapses falharem algum dia, lá estarão meus relatos para refrescar minha memória. Portando, se algum dia você perceber que sua cabeça está cheia de histórias, dilemas, problemas a serem resolvidos, talvez seja a hora de você fazer o seu backup, ou melhor, escrever um pouco, para descarregar um pouco disso tudo. E se for uma história triste, sempre teremos a opção de mandar tudo pra lixeira.
Lucas Silveira

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Quero, muito, voltar a ter tempo suficiente para escrever minhas histórias no blog. A escola tem me exaurido.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Com a flecha incrustada no peito

O mais insano veneno bruto já encontrado na natureza me atingiu. Nem sempre se é analisado, porém, sempre é sentido na pele a dor de se reerguer. Levantar de uma rasteira não é assim tão simples quanto parece na poética. A vida real não leva em conta o quão lírico é; na vida real não há espaços para fantasias.
Sua flecha foi certeira; atingiu como um raio rasgando meu peito. E perdi sangue. Quando nos apegamos demais, corremos o risco de quebrar a cara uma, duas, três e quantas vezes for preciso para que aprendamos. Mas o que é que nos faz quebrar a cara de novo e de novo, sem jamais desistir?
O lugar, o tiro, a lança pontiaguda, a proximidade do disparo. Tudo se encaixa tão bem!
A reconstrução se apresenta lenta e gradual. Aos poucos, a cabeça vai esfriando e a raiva passa. Aí começa outra história...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Disparo

5000 metros. Um arco, uma fecha, um índio e um coração. Muita água que já rolou nesse conto, logo, o passado pode ser considerado aqui. As histórias cruzam entre si, formando um emaranhado de palavras mal resolvidas que, por algum motivo, foram deixadas assim. Nós, aqui, não julgaremos o passado, ele apenas será tido como referência.
1000 metros.
No arco estava contido todas as ataduras de anos atrás. Sim, eram muitas. Algumas foram sendo esquecidas, outras camufladas mas a maioria delas ainda vivia. Carrega-se no ombro o peso de uma vida inteira. É possível disfarçar a dor que se sente carregando o fardo. Colocamos sorrisos onde não têm, inventamos palavras que nunca foram ditas e até mesmo somos capazes de nos vestir dos mais insanos personagens. E para tanta loucura, não é necessário que se tenha motivos concretos; o ódio e a inveja são gratuitos.
500 metros.
A flecha deixava claro o sentimento vingativo. A revanche não é aqui e nem agora; só pagamos o preço de viver ao final da vida. A ira é uma fácil dominadora; e devasta. Vem, arrasta tudo consigo para somente depois ir embora. A vingança não está - e nunca esteve - jogando a favor.
Não seria justo caracterizar o índio. O índio era apenas um índio desempenhando seu papel de índio. A caça de subsistência faz parte de sua rotina em tribo.
50 metros.
Agora a distância é curta demais para poder fugir. O som do disparo se aproxima. Sua flecha atingiu em cheio o meu coração.

domingo, 6 de março de 2011

Novos tempos. Muitas histórias.

Tudo que vai volta. Toda ferida é amenizada com o tempo. Nenhum ciclo pode ser totalmente interrompido. Alguns amores nunca terminam. Não há nada que não possa ser aprendido. As construções não resistem para sempre. A maior parte das lembranças não são eternas. À toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade e sentido.
É certo que muitas coisas mudaram. Você já não é mais o mesmo de tempos atrás. Não digo em relação à anos, ou décadas; me refiro à apenas algumas semanas a mais. É uma concretização de suas fantasias. Cada vez mais, as teorias têm se cumprido. Não são necessários feitos extraordinários e receitas malucas ... você só precisa dar valor aos seus pensamentos e segui-los com convicção.
Chega uma hora em que nada do que você fez antes tem importância. É valioso para você, são suas lembranças. A vontade de começar uma nova história acaba superando o desejo de não esquecê-las. E isso nada mais é do que dar uma chance à você.
São novos começos de histórias opostas. Há sempre novas sensações na berlinda esperando por nós. É mais interessante viver que ficar se lamentando pelos cantos. É mais digno lutar por seus objetivos que esperá-los. Nem tudo depende somente de nós, mas, na maior parte dos casos, somos os maiores responsáveis pelos rumos que as histórias tomam. Podemos alterar textos e frases quando se trata do imaginário. Na vida real, é preciso cuidado maior. Nem tudo pode ser completamente alterável, apenas moldado. Mesmo que colemos o vaso ele nunca mais será como antes, sem trincas. E a vida vai impondo seus caminhos e abrindo novos livros diante da gente. Não dá para simplesmente parar no meio. Agora temos que continuar até o fim, sem desamimar. Se há um lado ruim em tudo, ele não pode ofuscar o desejo que temos florescendo dentro de nós de querer uma história melhor.

terça-feira, 1 de março de 2011

Mas onde está o que eu quero dizer?

O sonho é mais completo que a realidade, esta me afoga na inconsciência. O que importa afinal: viver ou saber que se está vivendo? - Palavras muito puras, gotas de cristal. Sinto a forma brilhante e úmida debatendo-se dentro de mim. Mas onde está o que eu quero dizer, onde está o que eu devo dizer? Inspirai-me, eu tenho quase tudo: eu tenho o contorno à espera da essência; é isso? - O que deve fazer alguém que não sabe o que fazer de si? Utilizar-se como corpo e alma em proveito do corpo e da alma? Ou transformar sua força em força alheia? Ou esperar que de si mesma nasça, como uma consequência, a solução? Nada ainda posso dizer dentro da forma. Tudo o que possuo está muito fundo dentro de mim. Um dia depois de falar enfim, ainda terei do que viver? Ou tudo o que eu falasse estaria aquém e além da vida?

E um dia virá, sim, um dia virá em mim a capacidade tão vermelha e afirmativa quanto clara e suave, um dia o que eu fizer será cegamente seguramente inconscientemente, pisando em mim, na minha verdade, tão integralmente lançada no que fizer que seria incapaz de falar, sobretudo um dia virá em que todo o meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há de temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de uma animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro! Não haverá nenhum espaço dentro de mim para eu saber que existe o tempo, os homens, as dimensões, não haverá nenhum espaço dentro de mim para notar sequer que estarei criando instante por instante, não instante por instante: sempre fundido, porque estão viverei, só então viverei maior do que na infância, serei brutal e malfeita como uma pedra, serei leve e vaga como o que se sente e não se entende, me ultrapassarei e ondas, ah, Deus, e que tudo venha e caia sobre mim, até a incompreensão de mim mesma em certos momentos brancos porque basta me cumprir e então nada impedirá meu caminho até a morte-sem-medo, de qualquer luta ou descanso me levantarei forte e bela como um cavalo novo.

Clarice Lispector

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas

Tinha começado a escrever uma história fictícia linda, que contaria metaforicamente toda a nossa história, mas, o blogger não salvou na íntegra. Queria que pelas palavras bonitas e pela complexidade de se interpretar uma comparação metafórica o texto se tornasse lindo. Mas, depois de ter ficado quase uma semana inteira xingando os criadores do blog, resolvi voltar e escrever, de uma forma ou de outra, o que eu queria de fato.
Não sei se um dia vou ter coragem de te mostrar esse texto, porque morro de vergonha de que você não goste ou ache melodramático demais. Queria mais é dar uma satisfação a mim mesma, de poder ter o registro do que eu senti ao longo desse tempo e de como me sinto agora. Juro que vou tentar não fazer muito drama e que vou ser sincera acima de tudo.
Bom, conheci o Pedro há uns dois anos, quando a gente estava fazendo as catequeses para entrar no Caminho. Sempre escutamos muito a Maria Luiza falando dos filhos, até que um dia ela levou o caçula na Igreja também. Acho que aquele era um dos dias que o Pedro teve vontade de "matar" a mãe dele, porque dava pra ver nitidamente que ele estava morrendo de vergonha. Daí o tempo foi passado e exporadicamente o tal do filho da Maria Luiza aparecia no meio de nós: sempre quieto e tímido. É sério, o Pedro não dizia nada além de "oi"e tão pouco parecia disposto à uma conversa. Era tão .... estranho!
Um ano se passou desse jeito e eis que chegamos em Agosto de 2010 no aniversário de 15 anos da Ana Clara, uma amiga em comum. Era uma noite fria, estávamos em umas 10 meninas .... e o Pedro! Na verdade nem ele sabe porque foi. Não levou presente, se perdeu pelo caminho e deixou de ir encontrar a atual namorada. Achei que até estava rolando um clima de romance ali, entre o Pedro e a Ana, mas era, como sempre, zoação.
Aí, estamos em Novembro de 2010. É o tão esperado final de semana da peregrinação. E o Pedro estava lá com a Maria Luiza, talvez porque ela tenha dito que viriam muitas meninas bonitas de São Carlos pra cá ou talvez porque ele não tinha nada melhor pra fazer, mas eu ainda prefiro a primeira hipótese. Provavelmente foi outro dia que ele se sentiu deslocado e eu morrendo de rir de ver apenas o Pedro parado em pé no meio da Igreja enquanto todo mundo estava dançando.
Na semana do meu aniversário, aliás, no dia do meu aniversário de 15 anos o Pepê vem me puxar assunto comigo, assim: do nada. Por quê? Destino? Não, porque ele queria ir na minha festa de 15 anos HASUAHSASHAUSAHSUAHSAUSHAUS. Brincadeiras e piadas à parte, poucas vezes me diverti tanto como naquele dia. Eu estava muito tensa, com medo de tudo dar errado, de cair do salto, de tropeçar no vestido, do Jonas não ir dançar valsa comigo, de ninguém aparecer na festa, do meu vestido não entrar, do meu cabelo não ficar bom, naquela paranóia! E apareceu o Pedro na minha vida, pra me dizer que tudo ia dar certo e que ia ser maravilhoso. No fundo, eu também acreditava nisso, mas precisava muito que alguém me escutasse e me dissesse aquilo naquela hora. Foi assim que nasceu nossa amizade.
O tempo foi passado e a gente morrendo de rir com as nossas piadas toscas. Duas semanas depois, fomos a um churrasco e nem preciso dizer o quanto aquele dia foi legal! Foi a presença, a conversa descontraída, os conselhos, as piadas e a sua lealdade que me cativou.
Quando tudo esteve prestes a desmoronar, você estava lá, para que eu não caisse na besteira de achar que tudo estava perdido porque enquanto houver uma chance de sobreviver temos que estar firme e forte.
Agora, meu amigo se mudou pra faculdade. Fico muito feliz por você, Pedro, sei o quanto você desejou por isso e o quanto estudou. Me alegro em saber que você foi fazer o que gosta e que provavelmente vai ficar bem. Mas, eu já sinto muito a sua falta. Obrigada por tudo que você fez por mim, por não ter me deixado desanimar (e nem chorar!), por ter me contado todas aquelas piadas que no começo eram muito irritantes (!) e por ter me feito entender que a minha vida é muito maior do que aquele jogador do time de futebol. Você foi um amigo e tanto, como eu nunca tive. Foi muito bom ter te conhecido, torço pelo seu sucesso pessoal, profissional e amoroso. E só te peço que não se esqueça de mim - nem por um segundo - e eu estarei aqui, para o que você precisar.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
"Se alguém ama uma flor da qual só exista um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para fazê-lo feliz quando as comtempla. Ele pensa "Minha flor está lá, em algum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é, para ele, como se todas as estrelas se repentinamente se apagassem! E isto não tem importância?"
O Pequeno Príncipe

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Os testes que a vida nos impõe e suas consequências emocionais

Hoje quem fala é ela. E quer dizer verdadeiramente tudo o que quer até o final deste texto. Insiste nisso pois precisa de um desabafo contínuo para o bem de sua sanidade mental. Necessito dizer tudo que fere meu coração com garras afiadas. É cheio de drama e de angústia. É entorpecido, cheio de temor. É o sonido ensurdecedor, estagnado em minha mente, tocando sem parar. É o cume de um morro em que a gente não pode se mover, porque ao menor movimento pode deslizar para um dos lados e o estrago da queda pode ser grande demais.
Sabe quando você acha que é o fim de tudo? Que está tudo acabado para sempre? É como agora. Levaram embora minhas coisas. Não foi roubo, eu os vi levando mas não soube como impedi-los. Eu vi de perto a dor e não tive forças de agir.
Quero ter certeza, as dúvidas me angustiam. Tenho medo de tudo, até de mim às vezes. Queria ter a mesma força emocional que tenho com as palavras para enfrentar as crises. Se não acabou, é porque ainda não chegou ao fim. Sei que a minha tragetória ainda será muito longa. Também entendo que não posso desanimar logo no início, mas está sendo mais difícil do que transparece em mim. Essa é a dor de quem está com medo de não saber; a dor de quem sempre soube e agora já não o sabe mais. É pelo conhecimento que vivemos, logo, temos que dar um jeito de aguentar a pressão. Irei sobreviver? É a coisa que mais quero e acredito: que não passa de drama e que tudo vai dar certo.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
"A vida nos testa, sim. O destino nos mostra do que somos capazes. E, sempre que a gente acha que é o fim, não é." Lucas Silveira
PS: tenho escrito menos porque a escola está me exaurindo e, se bobear, não está dando nem tempo para pensar direito. Mas continuo amando meu blog e fico triste quando não posso escrever aqui :)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Analisando o universo sob a mente humana

Tudo está contido nele. Tudo de mais belo. O céu, as estrelas, o Sol. Tudo que brilha e que habita aqui. Está inserido tudo aquilo que somos, de onde viemos e para onde iremos um dia. É preciso viajar em nossa própria mente. É uma viagem longa e distante do referencial. Quando, e sobretudo se chegarmos, pode ser que não encontremos todas as respostas que fomos buscar. Não se pode contar ou pesar o Universo. Ele é a própria imensidão.
Olhamos para o céu e temos uma pequena visão de todo esse infinito. Não acaba, nunca. É nosso.
Não há nenhum problema, crise ou decepção que não caiba em sua órbita. Há espaço para nós todos. Não houve disputa por espaços, nem guerras: todos sempre coexistiram. E nós? Estamos aqui, ocupando uma parte desprezível de todo esse espaço, e nos achamos tão bons para guerrear e acabar com tudo.
O céu iluminado é belo e comovente. Há uma história inteira ali, maior que nossa capacidade de conhecimento. É autosuficiente. Não é imutável e não precisa de nós, pelo contrário: nós é que precisamos dele!
Não há necessidade de pintar o céu de outra cor, nem acrescentar ou tirar estrelas. É assim que tem que ser. As filosofias são apenas pensamentos e a ciência não explica tudo. Têm coisa na vida da gente que não precisam ser explicadas. As teses não têm valor se não houver humanidade. O universo é feito de estrelas, galáxias e planetas, porém, nos somos a parte que realmente vive.
Nós não estamos perdidos aqui. Temos um próposito de vida; somos feitos de ambições. O céu azul não têm as respostas, elas estão na nossa mente. Somos uma pequena partícula em todo um azul iluminado. Somos do tamanho de nossos sonhos e podemos chegar tão longe quanto pretendermos. Precisamos, apenas, abrir nossa mente aos sonhos, sem ter medo do que poderá vir e mergulhar fundo nessa aventura. Enquanto acreditarmos que isso basta, bastará. E por enquanto, isso basta para mim.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Não desista de você mesmo.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A finitude das coisas

Sempre acaba. Achamos que seremos imortais, que nunca vamos cair. Acreditamos tanto em nossos próprios princípios e teorias que por muitas vezes elas mesmas acabam nos derrotando. Somos reféns de nossos próprios medos. Há muitas falhas nas teorias; são apenas teses.
Sempre fomos acostumados que poderíamos ter o que quiséssemos e na hora que quiséssemos. Não é bem assim, no prático. Quando perdemos, o sentimento de derrota explode tão forte que é difícil encontrar forças pra superá-los.
A dor de saber que alguma coisa acabou um dia cessa. Aí fica o vazio. E esse vazio perturba. Enche de nada. Não ocupa a mente. Não alegra. Não dói. Fica estático e imutável.

Agora tudo mudou. Já não encontro mais as minhas coisas. Não tenho mais piadas. É estranho.
Me sinto como um coelho frágil fitando o nada, como se estivesse esperando alguma coisa chegar (e ele sabe que nunca chegará). O coelho permanece ali muito tempo. É paciente, ao contrário de mim. Não se desespera, não xinga e sempre acha que vai dar certo. É tão indefeso! Pobre coelhinho, mal sabe que a dimensão do mundo é muito maior que uma gramado verde.
Eu tenho urgência. Tenho medo de perder o trem. Não quero ir, mas é melhor que ficar aqui. Tenho medo de nunca mais voltar. Eu sei que em algum momento esse sofrimento deve acabar. Já cansei de viver assim.

Quero voltar para o meu mundo. Não quero viver de novo, somente continuar de onde parei.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Você também já se sentiu assim?

Você já se sentiu como um saco plástico flutuando pelo vento querendo começar de novo?
Você já se sentiu como um papel bem fino em um castelo de cartas, a um sopro de desmoronar?
Você já sentiu como se estivesse enterrado ao fundo gritando sob seis palmos mas ninguém parece ouvir nada?
Você sabe que ainda existe uma chance para você? Porque há uma faísca em você que só precisa ser acesa e deixá-la brilhar.
Você não tem que se sentir como um desperdício de espaço. Você é original, não pode ser substituído.
Se você soubesse o que o futuro guarda! Depois de um furacão vem um arco-íris.
Talvez a razão pela qual todas as portas estejam fechadas é que você possa abrir uma que te leve para e estrada perfeita.
Como um relâmpago, seu coração vai brilhar. E quando a hora chegar, você saberá. Você só tem que acender a luz e deixá-la brilhar.
Firework - Katy Perry

A ordem da vez é não se deixar desaminar com a nova escola. Tá difícil me manter forte agora. E foi justamente por esse motivo que copiei Firework na capa da apostila, para que todas vezes que eu lesse me lembrasse que ainda não é o fim do caminho.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A exatidão de nossas escolhas

Nós só temos a exata dimensão das coisas quando estamos vivendo-as. Não há como saber antecipadamente; é só mais uma passagem de ida. A viagem demorará o tempo suficiente que demora para todo mundo. Mas para mim, é claro, tinha que ter uma vírgula a mais. Minhas histórias sempre ganham parágrafos a mais e são justamente esses que não quero contar. Tenho vergonha de falar. A vergonha não é do medo, é de minha própria fraqueza.
O tempo de check-in passou tão rápido que sequer senti o atraso do vôo. Há tantas coisas ocupando minha mente. Ando vagando em lugares gélidos, escuros e vazios. Minhas escapadas para o aconchego de minha mente têm me custado minha própria salvação. Essa é a viagem que sempre faço: para dentro de mim. Sempre me senti tão segura em trocar explicações de matérias complicadas por meu autoentendimento; tinha certeza de que meus problemas se resolveriam em minha mente durante esse "sonhos", contudo, já não mais tenho tempo para tais devaneios. É uma correria que não me pertence em um lugar que não é meu. Tá tudo errado.
Agora, não será mais possível voltar para tudo que deixai por trás da porta de embarque. Essa viagem é muito grande. É maior do que eu posso suportar? Ou já suportei coisas piores? São desafios grandes demais para serem enfrentados do jeito que eu gosto de enfrentar. Preciso de uma nova estratégia. Não basta ser eu. Tem que ser maior e ultrapassar as barragens de concreto. Precisa vencer minha fraqueza sentimental e superar a parte que está faltando em mim. Nenhuma viagem ou sonho deverá ser maior que a concepção daquilo que você distingue por certo, errado ou importante para você.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Nada do que foi será do jeito que já foi um dia / tudo passa / tudo sempre passará

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Relatos de uma viagem praiana: Bertioga PARTE II


Crepúsculo ou o caminho do sol

Era a hora mais bonita e esperada do dia. Não havia nada há temer. O Sol começava a descer em ritmo lento, gradual e seguro. A maioria das pessoas sequer tinha consciência de que aquela era a hora do crepúsculo.
O dia termina como nasce: glorioso e imponente. E reina soberano no céu. Não há nuvem que ofusque o protagonista. Aponta no mais extremo do poente um brilho dourado. Brilha sem perder sua pose. Não desvia seu curso ou se apaga; mas permanece sua tragetória obediente.
O dia vai e deixa muitas incertezas. É um dia a menos de vida. E você fez esse dia ser tão bonito quanto o brilho dourado do crepúsculo? Mas você tentou fazer de tudo mesmo ? A magia desse momento agride nosso lado mais fraco. Traz tudo à tona, tudo o que você não queria. Te faz pensar na vida e no motivo de você estar ali contemplando-o.
Você pode parar mas o Sol não tem escolha. Sem que realmente percebamos qualquer movimento, ele vai se aproximando mais e mais do final daquela linha. Às nuvens vêem ao seu encontro, para carregar seu brilho dourado a novos lugares, e aquele vai ficando gradualmente escurecido.
O Sol não desiste de brilhar, apenas dá uma volta para depois estar novamente ali. Prepara o momento da partida da forma mais cuidadosa possível até ir embora. E vai, sem cerimônias. Leva o fim do dia e do brilho. O céu fica escuro, sem vida própria. Já está na hora de apanhar todas as coisas e partir também; dizer adeus ao mar e àquele brilho que raramente se vê em outras terras. Pronto. Agora é oficial: o crepúsculo acabou e o dia chegou ao fim. Começaram as lágrimas.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Relato e foto do pôr-do-sol do dia 23/01/10 em Bertioga.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Relatos de uma viagem praiana: Bertioga. PARTE I


Estou de volta.

Que felicidade estar de volta.

A alegria daqueles que ficam é a volta.

Muitas coisas acontecem em uma semana. A saudade aumenta junto com o tédio. Pouco muda. Só a gente que muda. Muda o pensamento, a cor do cabelo e da pele. E quando voltamos, descobrimos que nossas coisas estão intactas tal como deixamos-nas. A mesma colcha na cama, a mesma bagunça no guarda-roupa e o mesmo computador imundo. E nós? Como será que estamos?

Com uma confusão daquelas na cabeça.

É o alívio de se estar sã e salva em casa. É a certeza de que nenhuma catástrofe aconteceu na sua ausência. É por as suas coisas no lugar, de novo. É voltar para a sua própria vida.

Deixamos para trás uma semana de excessiva tranqüilidade. É o calor, o vento e o sal da água. É o crepúsculo praiano, onde sua beleza é acentudade demais. Larga-se na memória as coisas bonitas que vimos, os problemas e os desapontamentos. Haverá aquela saudade doentia de querer mover céus e terras para voltar?

Quando viajamos para terras desconhecidas, navegamos por uma estrada escura. Não temos certeza sobre o que encontraremos. Incertezas é tudo o que tínhamos. É bom que respiremos novos ares de vez em quando. É bom que paremos para pensar em nossa vida por alguns momentos. É bom fazer as férias valerem à pena, de alguma maneira.

Sigo querendo viajar pelo desonhecido. Maior ainda é a vontade de voltar à vida de rio-pardense.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:

“O tempo passa. [...] Até pra mim” Bella Swan em Lua Nova.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pronta para viajar. De novo.

Existem sentimentos e sensações que não viajam com a gente. Tem saudade que vai junto com o avião, tem paixão que não solta do chão do apartamento, tem ansiedade que fica na parede do nosso quarto.
Existem sentimentos e sensações que a gente precisa despachar no momento do check-in, para pegar só na volta. Afinal, nada pode ser mais perigoso do que levar tristeza, angústia ou qualquer outro sentimento negativo na bagagem de mão.
Existem sentimentos e sensações que eu deixo em casa. Deixo problemas para serem resolvidos amanhã, próxima semana, próximo ano, ou nunca. Com o tempo, aprendi que, assim como existem histórias que ficam restritas a um dia, um mês, uma cidade, existem também aquelas outras que teimam em se esconder nos nossos bolsos, quando a gente menos imagina.
Parto dentro de algumas horas em esperada viagem rumo ao Litoral Sul de São Paulo, mas não como um pássaro, que de longe tudo vê, mas nada pode fazer. Vou pelo chão, pra ver a vida de perto, pra ver o céu que me cobre os ombros de azul.
Mas não tem eufemismo que me tire o que tá escrito na minha testa. Eu quero mesmo é ver, na imagem difusa do horizonte que passa rápido diante dos meus olhos, algo que se assemelhe uma saída. Uma abertura que pareça uma porta, um caminho que aparente ser o certo. Parto dentro de algumas horas em viagem rumo ao Litoral Sul de São Paulo, mas não como um pássaro, que de longe tudo vê, mas nada pode fazer. Vou pelo chão, pra ver a vida de perto, pra ver o céu que me cobre os ombros de azul.
Mas não tem eufemismo que me tire o que tá escrito na minha testa. Eu quero mesmo é ver, na imagem difusa do horizonte que passa rápido diante dos meus olhos, algo que se assemelhe uma saída. Uma abertura que pareça uma porta, um caminho que aparente ser o certo. Se for o caminho errado, é só voltar. De volta. De novo.

texto de Lucas Silveira, adaptado.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Amanhã de manhã (bem cedo meeeeesmo) estarei viajando rumo à Bertioga, no litoral sul de São Paulo. Espero que seja uma ótima viagem e que o passeio valha à pena. Espero voltar com mais cor do que agora. Espero ter muitas fotos novas e muitas, muitas, muuuuuitas histórias para contar (isso é o melhor das viagens). Ficarei uma semana fora de casa e longe da internet e do meu blog. Tenham juízo, amigos :)
Beijos e até a volta!

Esse é o consolo dos amigos


Saudade é o termo de quem se apega. Buscamos pelo que é palpável, real.

Chega uma hora na vida da gente que cada um segue seu próprio caminho. Uns vão para a faculdade, outros ficam aqui e há ainda quem pare no meio do caminho. Optamos pela estrada que melhor nos convém de acordo com aquilo que almejamos. Esses são chamados de sonhos, aquilo que a gente quer mas não tem ainda. Conforme caminhamos, amores, pessoas e hábitos vão sendo deixados para traz. Seguimos uma estrada em linha reta, não podemos andar em contra-mão. São escolhas, caminhos e destinos.
Me lembro de outros tempos, que a gente brincava de boneca e adorávamos correr na quadra da escola. Um metro, mochilas desenhadas, inocência. Me lembro das pulseiras da amizade, das brigas e de quando comemorávamos uma vitória. Isso tudo faz parte da vida de cada um de nós. Nossas lembranças. Uma parte tão gostosa da vida.
Passamos de crianças à adolescentes. Amadurecemos; uns mais, outros menos. Crescemos, ganhamos corpo e espinhas. Foi aí que passamos a querer descobrir a vida. Houve vezes que descobrimos até demais! Fizemos outros amigos mas aquela turma sempre esteve lá.
Agora, terminamos o Ensino Fundamental e vamos dividir a turma. Isso não quer dizer, exatamente, que cada um vai para um lado. Ainda temos três anos antes da faculdade. Serão três anos de muitos estudos, vestibulares, festas, novos amigos e namorados para nós todos. Pode ser que encontremos pessoas melhores, mas, nem que seja somente na memória, estaremos felizes e juntos.
O consolo de cada um de nós deve ser saber que tivemos bons momentos juntos. Eles podem não voltar a ser como eram, talvez nunca mais, entretanto, só depende de nós mantermos a chama acesa. Rezo todos os dias para que Deus nos dê juízo e nos ajude. Torço muito pelo sucesso de todos e espero poder ajudar com o que precisarem. Ainda chegará o dia da separação, seja daqui a 3, 30 ou 60 anos. Meu desejo é que vivamos as nossas escolhas e que tenhamos um futuro brilhante. O consolo de quem se separa é saber que os outros estarão bem e felizes, mesmo que mais distante um pouco.

Dedico àqueles que sempre estiveram comigo em qualquer caminhada. Àqueles que não me deixaram desanimar e que me ajudaram a construir a minha história e o meu caráter. Vocês foram incríveis, inacreditáveis, surpreendentes e maravilhosos comigo em todos esses anos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Embora se diga que morrem, sua amizade e convívio estão, no melhor sentido, sempre presentes, porque são imortais.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Arquivos

Nós todos temos o costume de guardar nossos arquivos: virtuais ou palpáveis. Criamos pastas, gavetas e esconderijos a fim de nos assegurarmos que nossas lembranças estarão seguramente guardadas. As lembranças permanecem vivas em nós. Existe uma parte do nosso cérebro que acumula memórias ao longo dos tempos, como se estivessem apenas guardando para serem revividas em sonhos. Os arquivos estão sempre disponíveis para consultas. São inflexíveis, imutáveis; apenas um filete de cores e pensamentos. Nós escolhemos guardar ou jogar fora.
O que tenho descoberto é que por mais inalteráveis que sejam, não podemos nos desapegar de tudo. Por não querer e por não poder. Podem ser terríveis e machucar, mas alguns arquivos são para sempre. É como uma marca, uma cicatriz.
Os arquivos podem mudar o curso da história. Podem nos fazer querer consertar o que já fizemos. Por tantas vezes, é saudável guardar as memórias. Eles constroem a nossa história e são parte dela. Quando recordamos, temos a chance de nos auto-avaliar. Acredito que essa é uma boa forma de tentar apontar nossos próprios erros e tentar buscar um caminho mais adequado. Portanto, tenhamos sempre ao alcance das mãos nossos diários e fotos, além de ser uma boa forma de passar o tempo, nos conheceremos melhor, afinal, quem melhor que nós mesmo para nos entendermos?

domingo, 9 de janeiro de 2011

Espelho

O que é que o teu reflexo diz?

O que seu espelho mostra pra você, quando você está de frente pra ele? O que é que você diz de você mesmo, do que você faz, do que você fez, do que você pensa? Seria possível tamanho distanciamento de si mesmo, a ponto de tecermos uma auto-avaliação que não seja contaminada pela nossa vaidade?

O que tenho descoberto é que, a cada dia que passa, nós, que acreditamos em nós mesmos, vemos no reflexo algo cada vez mais parecido com o que sonhamos. Que fique claro que não me refiro, aqui, à imagem física, às aparências e às enganosas armadilhas que essas nos colocam pelo caminho. Eu falo de sonhos, e de objetivos, que nada mais são do que sonhos dos quais a gente realmente está correndo atrás. Eu falo de missões que a gente dá a si mesmo. Estamos cumprindo? Estamos, ao menos, tentando cumprí-las? Será que a gente sabe qual é a nossa missão aqui?

O espelho pode nos dizer isso melhor do que ninguém. Estou cansado de gente que não consegue olhar nos olhos, pura e simplesmente por não saber que é atrás dos olhos que se encontra a nossa alma, nosso verdadeiro ser. Essas pessoas não conseguem nem olhar nos seus próprios olhos, pois sabem que vão ver o que não querem, mas sabem o que é. Sabem que estão em débito para consigo mesmos, e não se demonstram interessados em saldar essas dívidas.

Falando assim, posso parecer feito de certezas, quando, na verdade, não passo de um humano cheio de dúvidas. Mas são essas dúvidas que me guiam atrás de respostas. E o que eu digo aqui, eu aprendi durante essas buscas infindáveis. Quantas vezes acabei encontrando uma pergunta ainda mais inquietante, quando tudo o que eu queria era uma resposta curta e certeira. Não há. Nunca houve. Algumas delas o espelho me conta, quanto a outras, me dá somente dicas confusas. E tem também aquelas que são tão complicadas que eu nem sei por onde começar a perguntar. E é por não ter respostas para tudo que eu acabo escrevendo pra mim mesmo essas perguntas. Um dia eu vou saber responder. E vou escrever na minha alma, para que todos leiam por detrás dos meus olhos.

Lucas Silveira

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

De noite eu não posso dormir, porque vi uma estrela brilhando no céu.

Era uma noite quente de dezembro. A praça estava repleta de crianças que brincavam todo santo dia de bola, peão e boneca até o anoitecer. A noite, sempre terminal, entristecia as tantas crianças que voltavam desgostosas para casa. Mas naquela noite, uma estrela, incomumente brilhante, apareceu à multidão. Era demasiada grande e brilhante para não ser notada. No instante seguinte, às pessoas, amedrontadas, levaram seus filhos para casa praticamente correndo.
Três meninos, de diferentes culturas, ficaram intrigados com o significado daquela estrela. Todos eles levantaram-se na calada da noite para procurarem pela estrela. Ela se mexia sugestivamente, indicando um caminho. Curiosos e destemido, saíram e foram ao encontro do destino da estrela.
Caminharam sem parar para descansar nem sequer por um minuto.
Um a um, os três meninos chegaram à uma cabana no meio do nada onde havia um menino em uma manjedoura. Um menino envolto em trapos. O rei.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
E essa foi a minha versão da história dos três reis magos.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Não arde. Não dói. Já esqueci de lembrar. Já voltou a bater.

Há dores e feridas que às vezes afrouxam, dando-nos mais liberdade de agir. Ou, simplesmente, acreditamos que estão curadas o suficiente para tentar machucá-las de novo. É engraçada a situação e o sentimento de estar em perigo. O ato de viver, por si só, já é estar em apuros.
A cura. É como se nunca houvesse uma ferida ali. Dói. Massacra. Esmaga por dentro. Queima os miolos. Mas passa. A cura é gradual e lenta, para que não sejamos orgulhos demais para achar que já podemos nos machucar de novo.

Por vezes, precisamos estar conscientes dessa dor, lembrar.

Nenhuma ferida é para sempre.

Há momentos em que a adrenalina do perigo fala mais alto do que a razão. A endorfina, substância produzida pelo cérebro em resposta à adrenalina, aumenta o bem estar e diminui o estresse. Portanto, a sensação de perigo, cientificamente, nos faz bem. Contudo, sejamos razoáveis: há extremos entre o bem estar e o risco.
Ao longo da vida, conhecemos novas pessoas, amores e ídolos. Amamos, nos enganamos e nos machucamos. As feridas e cicatrizes estão aí, à todo vapor. Querer curá-las já é meio caminho andado. Não adianta ficarmos trancafiados em nossos próprios pensamentos; o coração precisa bater normalmente. Que o início do novo ano traga boas vibrações, menos feridas e muitas, muitas histórias para contarmos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
eu já senti a mesma dor / e amaldiçoei o meu amor / quando eu fiquei sem nada foi quando eu percebi / que eu preciso, você também / todo mundo precisa de alguém