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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A obra mais valiosa.

Uma vez me disseram que as minhas histórias eram lindas, porem calcadas em solo arenoso. Não me refiro essas, contadas aqui, mas as que estão lá fora.
O autor nunca chama a sua obra de feia, de incompleta e faz questão de atribuir milhares de significado que só ele consegue decifrar com clareza. O artista deseja que suas obras estejam em uma boa exposição, que arranque suspiros e olhares atônitos. O astronauta não pensa duas vezes antes de rumar ao infinito - porque tudo está lá.
Sou uma mistura disso tudo. Não espere que eu vá dizer exatamente e com clareza o que se passa aqui dentro, nas madrugadas quietas. Não espere que meus olhos brilhem quando tuas mentiras fajutas forem ditas. Não espere eu dizer que estou com medo da viagem, não costumo aparentar minhas fraquezas. Não espere que eu seja algo que eu não sou, porque também não vou esperar nada de você.
A beleza da vida está em apreciar todos os detalhes, em ser o autor de obras inacreditáveis em exposições vazias. Meu caminho é atribulado e cheio de buracos que estou tentando consertá-los. Minha face é cheia de remendos bem feitos que à distância você mal os percebe. Meu coração, colado em mil pedacinhos, é tão resistente quanto as areias do deserto em dias de ventania.
Espero por alguém que transforme o solo arenoso em granito resistente e inquebrável. Apenas sento na frente do computador e espero, desprezando o tempo, apreciando a beleza da vida. Se a gente esperar com cautela, a exposição vazia no canto escuro da cidade se ilumina e enche de gente com olhares sonhadores e sorrisos serenos. E a obra mais valiosa é o que alguns chamam de amor, esteja ele onde estiver.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
A obra mais valiosa das exposições fica guardada em redomas de vidro, em segurança, a espera que alguém descubra o seu segredo, a liberte e a leve para casa.

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