BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

sábado, 7 de setembro de 2013

Diário de expedição: Jornada Mundial da Juventude - parte VII

O presente chamado Renata.

Saímos  de Copacabana por volta das 11:30 da manhã. Estava no momento da comunhão; não comungamos naquele dia pois era preciso juntar a turma e partir. Nossos catequistas tinham medo também e prezavam pelo bem da maioria. Ou íamos embora naquela hora ou só conseguiríamos sair de Copacabana à noite, o que seria perigoso, afinal de contas, não se brinca na noite carioca. Confesso que recebi a notícia com grande pesar, por mim eu passaria, sim, o dia ali com o que havia sobrado do Kit Vigília e veria todas as apresentações ao final da missa, queria aproveitar cada segundo da minha JMJ. Porém, quando se está em um grupo grande e sobretudo se esse grupo for catecúmeno, deve-se obediência aos seus catequistas. Na Jornada não tinha dessa de metade vai e metade fica, ou era todo mundo ou não era ninguém - foi assim o tempo todo, não nos desgrudamos por um segundo. Teve momentos em que renunciar a própria vontade pela vontade dos superiores ou da maioria doía, ainda mais pra mim, mas era necessário e era preciso, também, fazê-lo sem murmurar.
Por sorte conseguimos encontrar o metrô funcionando e evitar mais uma grande caminhada. Foi a primeira vez que andei de metrô na minha vida e confesso que foi muito muito muito louco!! Encontramos no metrô um grupo de chilenos, não dava para saber se era o mesmo que esteve em São José durante os preparativos da Jornada, mas sei que entoavam o já famoso hino "Chi, Chi, chi.. Le, Le, Le.. Viva Chile!!", O metrô tremia ao som dos chilenos. A cidade do Rio de Janeiro certamente nunca havia visto nada igual e certamente não se esquecerá de momentos como esse.
Um metrô, um ônibus e uma pequena caminhada e estávamos novamente na Ilha do Governador, no alojamento da Paróquia que nos recebia. Primeira providência quando chegamos: tomar banho, afinal de contas já fazia dois dias que não fazíamos isso e era de extrema urgência. Para nossa surpresa, nosso voluntário avisou-nos que não haveria banho para todos pois a água estava acabando e, além de nós, estavam alojados também outros grupos de peregrinos. Era inacreditável que depois de tudo que estava acontecendo na minha vida eu teria outra provação. Acho que Deus estava me testando mesmo.
Depois da indignação chegou a hora de decidirmos o que fazer. Não hesitamos: saímos em busca de casas perto da paróquia que nos cedesse um chuveiro. Nos negaram na primeira, mas na segunda, uma casinha simples entre os prédios da Ilha, estava disposta a nos acolher. Conhecemos a Renata, o anjo que Deus havia preparado para nós naquela Jornada.
A Renata é uma mulher extremamente simpática e carinhosa, que não teve o menor medo de acolher peregrinas que ela sequer conhecia. E por obra do destino, Deus nos enviou a uma família que não frequentava a paróquia porém, com muito mais disposição do que os paroquianos. A Renata fez o que minha mãe faria por mim: nos deixou tomar banho (estávamos em 5), fez um bolo de chocolate - maravilhoso - e nos chamou para passarmos a noite ali, dadas as histórias que contamos.
Eu me senti verdadeiramente em casa; tinha cama, comida, minha irmã de sangue e minhas irmãs de fé e pessoas maravilhosas que Deus havia me enviado. A Renata tem uma filha linda, a Duda, que muito me lembrou de mim mesma em seus gestos e ações. Jantamos pizza, vimos o Papa na tv, pude usar finalmente a internet e deixar um recado aos meus conterrâneos.
Foi uma das melhores noites da minha vida. Sem luxos, sem maquiagem, sem cabelo escovado e sem Louboutin. Mas, eu tinha tudo junto de mim: o amor de Deus, a sua misericórdia para comigo que, mesmo pecadora, Ele não deixou de estar ao meu lado e me mostrar, mais uma vez, que quando confiamos em Sua palavra o melhor nos irá acontecer.
Me alegro muito por ter conhecido a Renata e toda a sua família: o Diego, a Duda e a Milena que passava um dias lá. Foram realmente anjos. Nem sei mais como agradecer por tudo que fizeram por nós naquela noite!! Jamais me esquecerei da acolhida, simples e especial!! Espero vê-los novamente em breve. Que Deus sempre os abençoe.
Dormimos bem, comemos bem e agrademos à Deus e à Renata por aquela acolhida. Foi difícil ir embora dali, mesmo com todos os problemas que tivemos no alojamento, Deus havia nos cumulado de bençãos e alegrias. Partimos cedo para o Rio Centro, onde nos encontraríamos com Kiko Argüello, Carmem e Padre Mário, os inciadores do Caminho Neocatecumenal, juntamente a 100 mil catecúmenos tão loucos quanto eu.

Nenhum comentário: