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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Liras.

Por mais que ocupe minha cabeça o máximo possível com compromissos da escola, da Igreja e com os amigos, é inevitável, sempre vem a parte da nostalgia. Não dá pra colocar uma roupa sem lembrar de quando a usei com você, impossível não lembrar de como você costumava me chamar, impossível não lembrar de como você sorria pra mim. Tudo ainda é tão vivo. Tenho aprendio que não é proibido lembrar de alguém que te fez bem e que não está do seu lado mais. Só percebemos o quão forte e grande somos quando mesmo com a saudade a gente consegue levantar a cabeça e sorrir, em vez de chorar.
Aliás, minha vida amorosa assim como nos fracassos tem evoluído também nos aprendizados. Sofrer com a distância e as lembranças faz parte, mas a maturidade está em quando conseguimos lidar com isso.
Eu confiei demais em você, achei que o seu sentimento era tão intenso quanto o meu; talvez um dia tenha sido, não duvido disso. Achei que você seria diferente dos meus outros casos amorosos, quer nada renderam além de más lembranças. Lembra de quando eu te chamava de "meu anjo"? Não foi à toa, nem pra fazer graça. Eu achava que com você seria diferente e que enfim eu tinha encontrado alguém capaz de fazer tudo por mim e me amar verdadeiramente pelo que sou, sem querer mudar nada, só acrescentar. Será que essa meu pensamento não era utópico demais?
Se você errou, eu também. Acreditei demais no romantismo. Na verdade desde antes dos 15 eu já acreditava nessas coisas bobas de amor, que mechem com um homem e uma mulher, dai aos 15 com as aulas de literatura, você e as poesias, eu acreditei demais em amor. Só nunca te falei dos realistas; a literatura prega que na vida real nada é como nos sonhos, seres humanos não são perfeitos e o amor não é tão belo assim. Eu soube disso talvez antes mesmo de você, mas preferi acreditar que nada nos abalaria e que a nossa história não seria como o "fim real" da minha preferida, a árcade, aquela em que o Dirceu faz mil juramentos de amor, dai é exilado e nunca volta para buscar a sua Marília(!). Eu acreditava que a força do nosso amor superaria qualquer coisa. E além disso, você curou as feridas que os outros caras deixaram para trás, por isso que eu me sentia no direito de achar que com você seria diferente.
Bom, agora quando eu analiso de fora, sem ser um dos personagens principais da história, vejo que não foi bem assim e que em muito você se pareceu com os outros, apesar de ser também em muitos aspectos, melhor. Não precisava de cavalo branco, de farda, de status sociais e nem mesmo de um anel no dedo para que você fosse meu. Era pra você usar mais sentimento em vez da razão.
Só queria que você percebesse que quando uma mulher diz que ama um homem, ele nunca está brincando. Se eu te disse, não foi banal. Nós mulheres levamos o amor a sério e acreditamos em príncipes, não os dos contos de fadas, mas homens que sejam carinhosos. Nós esperamos demais dos homens e talvez eu tenha desejado coisas que você não podia me dar.
Talvez você ainda tenha que passar pelas mesmas desilusões que eu tive antes de te conhecer, entender que a vida não é fácil pra ninguém, que nós temos que sonhar e correr atrás dos nossos objetivos e que, principalmente, ninguém é forte o suficiente sozinho. Eu custei a entender isso, mas talvez um dia você me entenda.
Quanto aos buracos, não se preocupe nem se apavore por isso: eles também existiram antes de você e foram curados. Esses são novos, mas também não serão eternos.
Quanto às lembranças, guardei algumas fotos junto com anel, por enquanto, porque chega uma hora que você não vai precisar mais delas e se apagarão naturalmente, tal como a gente apaga as teorias de física da cabeça, quando passa a prova.
Quanto ao amor, também não se preocupe, vai passar.

PS: Liras em literatura é "poesia". Então o título faz referência ao fato de eu gostar de poesia árcade principalmente das "Liras da Marília de Dirceu", que são as mais belas poesias árcades.

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