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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Sobre excessos (d)e saudades.

Quando você para tudo o que você está fazendo, quando você se desliga de tudo, quando você deita na cama para dormir, qual é o seu primeiro pensamento? Bom, eu penso nas minhas provas, nos meus vestibulares, nas matérias que eu terei que estudar no dia seguinte, me preocupo com "o que eu vou fazer se nada der certo", excepcionalmente faço planos para o futuro e pelo menos uma vez por semana me vêm à mente a saudade que sinto.
Saudade é um negócio extremamente complicado. Saudade é excesso e nenhum excesso é bom. Excesso de presença quando não está mais perto, de amor, de apego, de vontade de viver tudo outra vez, de lembranças e principalmente passado. Todo excesso rompe com os limites pré-estabelecidos fazendo com que o corpo transborde. Saudade, como excesso, complica quando sai de nós e extravasa porque quando transborda, descontrola: vira choro, sorriso bobo, texto, angústia, ciúme, gritos e monólogos.
Sai para fora, justamente, para tentar, com o transbordamento, encontrar o ente saudoso em qualquer lugar. Espera encontrar outra saudade para, quem sabe, juntá-la em uma só. Esse "sentimento" não mede barreiras, distâncias ou qualquer tipo de limite físico, moral ou psicológico. É coisa de louco mesmo!
Mas, se até os loucos têm remédio, estamos nós, saudosistas fanáticos, à espera de uma cura, de um remédio? Depois do emplasto de Brás Cubas (mal sucedido, por sinal) desconheço qualquer avanço na medicina à respeito de remédios que curem os males de espírito, como a saudade. Remédio para a saudade é encontrar outra saudade, tão doente quanto a sua e eternizar o momento do encontro em um abraço infinito, daqueles em que pode o mundo acabar e você não vai se importar, pois o momento do encontro faz a gente pensar que é infinito, que o um segundo de abraço corresponde ao fim de toda e qualquer saudade existente.
No meu caso, já terminal, minha saudade transborda em textos, tenta procurar seu par, mas perdeu-se por orgulho na procura - ou em algum livro do ensino médio. Meu médico não deu nenhuma esperança, disse que só por um milagre teria cura.
Acredito em milagres.
Acredito na minha saudade um dia encontrando a sua.
Acredito que um dia deixaremos o orgulho de lado.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Só deixarei de acreditar em alguma coisa, seja ela qual for, quando eu enlouquecer e, mesmo se isso acontecer, é capaz de eu ainda acreditar e professar teses tão loucas quanto às do Quincas Borba. Não duvido.

Um comentário:

Tetê Duarte disse...

Nossa Marô!!! Sensacional!!! Este texto diz muito do que eu sinto!! Saudade é um sentimento realmente estranho. Um sentimento que deixa feliz e triste ao mesmo tempo. Sentimento que não deveria existir, mas, infelizmente (ou felizmente), existe. Mas enfim, muito bom seu texto!! Você não está sozinha!! Não é a única!! hehehehee Beeeijos =D