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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Romance (Assombrado?).

Era uma quarta-feira à noite. Como toda noite de quarta, fui à Igreja e depois fui com um grupo de amigos à frente de um bar, esperar nossos pais. Levamos violões e livros com músicas e ficávamos cantando e conversando. Como sempre, nos sentamos nos bancos de concreto na frente do bar que estava fechado e escuro, a não ser pela televisão que transmitia um jogo de futebol.
Um dos meninos, o Daniel, dedilhava alguma melodia que para mim era desconhecida, porém, linda. Foi quando ele subitamente parou de tocar e foi até a pequena janela do bar, dar uma olhada no jogo. E, em um piscar de olhos, deu um grito e desapareceu. O terror tomou conta de mim. Por um minuto ninguém falou. Eu não sabia o que fazer. Alguém tomou coragem:
­-O que vamos fazer?
-Vou entrar lá. – eu afirmei
-Você está maluca. Não vê que é perigoso. É melhor deixar ele lá. – alguém disse
-Mas que tipo de amigo é você?
Eu caminhei ferozmente até a mesma janelinha, decidida a entrar. Detiveram-me. Decidimos não contar aos nossos pais e averiguar depois.
Passei uma semana horrível. Eu queria saber o que estava acontecendo. Estava agoniada.
Quando a próxima quarta-feira chegou, eu e outro menino, Samuel, decidimos entrar. Levaríamos lanternas e iríamos à noite.
O bar estava fechado, totalmente escuro. No fundo do bar havia uma portinha estreita e eu entrei, já que só um de nós poderia entrar. Era um cômodo pequeno e sujo. Em um canto consegui enxergá-lo. Ele tinha as mãos e os pés amarrados e uma fita na boca, que o impedia de falar. Com esforço consegui tirar a fita da boca dele.
-Daniel! O que aconteceu?
-Não é seguro você ficar aqui... Eu não sei o que me atacou... Leve meu violão e aquele livrinho. Dê um abraço na minha mãe por mim e diga que você sabe que eu a amo muito!
-Mas... Não posso te deixar aqui. Daniel, você é muito importante para mim!
-Eu não vou sair da sua vida. Prometa-me que nem por um segundo vai me esquecer. Estarei presente nas tuas memórias e em cada verso dessas músicas que estão nesse livro. Eu sempre quis te dizer uma coisa, Maria Olívia... Eu te amo. – e em seguida me beijou.
Ninguém nunca mais teve notícias dele. Por muitas quartas-feiras eu e o Samuel entrávamos lá na esperança que ele estivesse lá. Mas ele nunca mais esteve. Interditaram o bar, mas não acharam o monstro. Há quem diga que era um fantasma ou algum monstro da treva muito poderoso. Mas ninguém nunca soube ao certo. Eu tenho certeza que de onde quer que ele esteja, está querendo o meu bem e rezando por mim. Tenho certeza que nem por um segundo me esqueceu. Toda vez que vejo aquele violão ou abro aquele livro sinto a presença dele perto de mim. Eu tenho certeza de que agora ele é um anjo. Eu o amo, da forma mais sincera que consigo dizer.

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