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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Diário de expedição: Jornada Mundial da Juventude - parte II

As provações.

Não conseguimos ir para Copacabana na Via Sacra na sexta, estávamos muito longe e completamente perdidos no tempo e no espaço. Depois de alojados e jantados, foi a hora do banho. Já era noite e o sol que tínhamos pegado durante o dia já tinha ido embora. No alojamento não tínhamos muitos banheiro e estávamos em muitas pessoas. A nossa sorte e agonia foi ter conhecido um voluntário muito gentil que conseguiu convencer o padre da paróquia a nos deixar usar o banheiro da casa paroquial. Fiquei super feliz por não termos que encarar a fila e os banheiros já bem usado do alojamento. Minha felicidade culminou em banho gelado.
Após uma noite de viagem  e um dia tenso não foi difícil dormir naquela noite. Dormir no saco de dormir não é algo agradável, não é confortável e não faz bem para a coluna. Eu nem me importei com isso; dei graças a Deus por ter um lugar para estendê-lo e agradeci infinitamente à minha mãe por me ter feito levar um cobertor de casal.
A noite, afinal, terminou bem e quando o sol raiou eu senti que aquele seria o dia! Era sábado, o dia de finalmente ver o Papa Francisco!! Era o dia que começaria a vigília e eu estava feliz por isso. Pegamos outro kit, rezamos laudes no fundo na Igreja e exatamente às 9 da manhã partimos em direção à Copacabana. E nesse "partir" foi que realmente caiu a minha ficha que eu estava no Rio de Janeiro! Ficamos cerca de uma hora esperando um dos -apenas- três ônibus da linha peregrino que não estivesse extremamente lotado! E nesse meio tempo, cansados de esperar, a nossa turma se dividiu em grupos para tentar outras formas de transporte. Depois e uma hora, conseguimos que um ônibus parasse, lotado, mas entramos. Demoramos 40 minutos até a Central, onde supostamente pegaríamos um metrô. Quando chegamos o metrô já havia parado; teríamos que caminhar até Copacabana. Eu não tinha noção do quão longe era.
A questão dos transportes foi uma completa falta de respeito ao peregrino. Só podíamos pegar a linha peregrina, que contavam apenas com 3 ônibus que passavam espaçadamente e lotados. As vans de transporte interno do Rio, dessas que mostram nas novelas, era um meio rápido (apesar de caro!) de transporte pois sempre vinham vazias mas, infelizmente, o governo do Rio proibiu essas vans de circular próxima aos locais frequentados por peregrinos. Os metrôs eram menos caóticos e mais organizados, porém funcionavam até um certo tempo, até a lotação ou até o meio dia, quando nossos cartões de transporte não passavam mais. Isso sem falar que quando conseguíamos ter a graça de conseguir pegar um ônibus ou metrô eles já estavam cheios. Não sei como um ônibus conseguia transportar cerca de 150 pessoas em uma única viagem!
As ruas do Rio estavam tomadas de peregrinos. Às vezes chovia, outras aparecia o Sol; a caminhada foi longa, teve clima para todos os gostos. Caminhamos cantando, dançando, fazendo amizades. Às vezes com frio, com calor, com fome, cansados. À todo canto da cidade maravilhosa proclamava-se que Cristo é o Senhor da vida de milhões e milhões de jovens. E mais, proclamava-se em todos os idiomas, de todos os movimentos, de várias religiões. O meu cansaço não me dominou justamente por isso: eu não estava sozinha. Dentro de mim e de todos que estavam ali sofrendo com os 17 quilômetros, havia a certeza de que tudo ia valer à pena e a alegria que sentíamos era muito maior do quer tudo o que ainda pudesse acontecer.

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