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domingo, 27 de junho de 2010

As portas como sempre continuavam a se abrir.

"E eu também sabia que na hora de minha morte eu também não seria traduzível por palavras.
De morrer sim, eu sabia, pois morrer era o futuro e é imaginável, e de imaginar eu sempre tivera tempo. Mas o instante, o instante este - a atualidade - isso não é imaginável, entre a atualidade e eu não há intervalo: é agora, em mim.
- Entende, morrer eu sabia de antemão e morrer ainda não me exigia. Mas o que eu nunca havia experimentado era o choque com o momento chamado "já". Hoje me exige hoje mesmo. Nunca antes soubera que a hora de viver também não tem palavra. A hora de viver, meu amor, estava sendo tão já que eu encostava a boca na matéria da vida. A hora de viver é um ininterrupto lento rangido de portas que se abrem continuamente de par em par. Dois portões se abriam e nunca tinham parado de se abir. Mas abriram-se continuamente para - para o nada?
A hora de viver é tão infernalmente inexpressiva que é o nada. Aquilo que eu chamava de "nada" era no entanto tão colado a mim que me era ... eu? e portanto se tornava invisível como eu me era invisível, e tornava-se o nada. As portas como sempre continuavam a se abrir. "
(Clarice Lispector)

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Às vezes pensamos que todas as portas estão fechadas para nós, mas estamos terrivelmente enganados, pois Deus fecha uma porta e abre mil melhores. Tudo que Deus faz é bom, mesmo que não entendamos direito o porquê daquilo ter acontecido. Cabe à nós não terntarmos abrir as portas com nossas próprias chaves, deixar que Deus nos mostre o caminho melhor. Nós erramos - e muito - mas Ele não.
Achei que já tinha chegado ao fim e que nada poderia ser pior e/ou me surpreender. Mas me enganei. Ainda não era o fim. Não desistirei de nada por uma porta fechada. Outras melhores se abrirão, basta ter fé e sobretudo confiar em Deus.

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