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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Conto da gladiadora romana com seu exército vestindo vermelho e usando armas de bronze numa batalha épica no Coliseu em Roma.

Faz calor em São José do Rio Pardo toda noite. Cá estou-me, em outra noite de um inverno que ainda não chegou ao norte do estado de São Paulo, em frente a um computador obsoleto escutando músicas, pensando na vida e escrevendo histórias em um blog.
Ontem à noite eu estava sem sono e demorei para dormir. Estava deitada na cama, com os fones de ouvido e olhando para o teto e imaginando, imaginando... Facilmente sou envolvida por devaneios aleatórios, alucinações noturnas. Ontem, especificamente, estava refazendo os passos da minha revanche. Eu não sei de onde me vem essa força, que me dá coragem e segurança, porque sim, eu tenho medo de me foder com essa 'revanche'.
Armas em punho, textos decorados, exercito em alerta... Mas o inimigo ainda não chegou. Eu sei que ele vem e nós vamos travar uma batalha épica. Sei, sei, sei de nada. Eu não sei de nada. Eu só acho que sei e ainda faço os outros acreditarem que eu sei.
Chamei todo mundo pra me ver vencer. Só faltaram aquelas arquibancadas romanas iguais as do Coliseu. Me senti como uma gladiadora romana com seu exército vestindo vermelho e armas de bronze na Idade Média. Sempre entro no ringue de cabeça erguida porque acho que sempre vou vencer. Aquele lance de 'perdedores não demonstram sinais de descontentamento com a derrota e vencedores não se gabam da vitória' pode ser totalmente verdade. Confiança em si mesmo é bom. Tinha cerca de 700 guerreiros e guerreiras atrás de mim, me encorajando e me dando cobertura caso acontecesse algo não planejado. Ninguém vence nenhuma batalha ou a guerra sozinho.
Mas o inimigo não chegava. Estava atrasado - e muito. Ninguém em sã consciência desiste de ir à uma batalha de última hora porque vai parecer totalmente fracassado e com medo. Meu inimigo aparentava ser assim. Eu não sabia com quantos ele viria nem que tipos de armas usaria. Segredos de gladiadores. Meu inimigo deixa tudo para o momento da guerra e eu nunca conseguia descobrir nada por antecipação. Desgraçado.
Já estava ficando agoniada e o que diria para todas as pessoas que vieram me ver vencer. Não, meu inimigo não podia ser tão cruel assim. Ser abandonada no ringue seria muito mais humilhante do que uma derrota. Olhava por todos os lados, esperando vê-lo em algum lugar; em vão. Eu nunca soube que forma ele tinha, se era alto ou baixo, loiro ou moreno. Eu não sabia, ou não lembrava. O que eu faço agora? Parece que ele não vem mesmo.
Já acordei há muito tempo e agora tenho plena consciência de que o inimigo não vem. Na verdade ele nunca virá. Porque ele tem medo da minha fortaleza? Não. Porque ele nunca existiu. Foi mais um fantasma que eu criei. Foi mais uma aventura que eu nunca vivi. Bom, sou criativa, pelo menos.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
Eu sou um perigo para mim mesma.

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