(re)vivendo

E quantas vezes eu mudei de opinião sobre esse e aquele assunto. E quantas vezes eu quis chutar o balde. E quantas vezes eu fracassei. E quantas vezes eu disse que não valia à pena amar. E quantas vezes eu mudei a estação do rádio procurando a minha música preferida que nunca foi tocada. Fiquei parada sem fazer nada quando eu tinha que fazer. Vi tantas pessoas indo embora e não falei sequer um "até logo". Deixei as coisas que estavam nas minhas mãos escaparem. E quantas vezes desisti antes de começar. E quantas eu tentei mudar a história e fazer uma nova verdade. Vi o mesmo filme só para ter certeza de que o fim seria igual. E quantas vezes eu falei demais, usando as palavras erradas. Insisti em cantar mil vezes a mesma música, sendo que ninguém queria ouvi-la. Deixei que a teoria me dominasse. E planejei o que faria no dia seguinte e não consegui cumprir nem o primeiro item. Em quantas dei valor para a pessoa errada, perdi meu tempo e esqueci o que era viver.
Fui tão idota tantas vezes. É dífil ver o que passou reconhecer os erros, porque ninguém quer errar. Eu não dei valor para o que realmente deveria ter dado: como um abraço, a sua saúde, liberdade e um sorriso. Sempre achei que ter dinheiro e fama era tudo, quando estava terrivelmente errada. E pior ainda é se sentir sozinha, quando você sempre achou que não estava. Não tenho todas as respostas na ponta da língua, não sei todos os refrões, não sei o que farei na vida e muito menos sei se chegarei até amanhã.

Uma pequena nota por Marô Dornellas:
A vida às vezes me deixa assim, sem nenhuma palavra que consegue explicar tudo isso.